Conta a história que Maria Bonita, era uma jovem linda e solteira. Com um corpo esguio de dar inveja em muitas mulheres, Maria se debruçava todas as tardes na janela de sua casa, para ver os viajantes passarem. Dona de uma beleza formidável, cabelos negros e encaracolados,que faziam do seu rosto uma pintura. Seus vestidos feitos de babados e rendas porém curtos, lhes davam um ar de moleca, não aparentando seus poucos 19 anos.
Não tinha um amor e não queria se apaixonar. Vivia alheia a muitas coisas em relação ao amor, pois pensava, ser muita nova pra se envolver com alguém.
Sempre gostou de se cuidar,e desde novinha, já realçava sua feminilidade, calçando sapatos da sua mãe, e passando seu batom.
Um dia Maria Bonita, estava em sua janela como assim fazia todas as tardes, a olhar ao longe os viajantes que viam em seus cavalos, trotando pelo pasto verde das campinas em direção à sua casa que ficava na estrada.Tudo inspirava e conspirava a seu favor: As árvores, as flores, o verde, davam destaque á sua beleza.Maria cheirava, como cheirava o campo.
Ao longe, ela avista um homem diferente dos demais, que nunca tinha visto por ali. Seu olhar perdido no horizonte, fitou em Maria como um ponto fixo, e este, se apressou para ver tamanha beleza.E Maria ao vê-lo, ficou perdidamente apaixonada por ele. Sem saber seu nome ou história, de onde vinha, pra onde ia, que profissão exercia...Maria se rende aos encantos do galanteador.
Ao descer do cavalo, o homem rouba-lhe uma flor: - Ó jovem donzela, disse ele, nem esta flor se compara à sua beleza!... E Maria se rendeu àquele encanto e doce meiguice.
O viajante pergunta se ao voltar poderá vê-la novamente e Maria aceita.
Todas as vezes que vinha, trazia-lhe um presente, um vestido, um broche, um batom, cremes para seu cabelo...
Passou-se uma semana de ânsia, de suspiros,e de calafrios, aguardando o seu recente amor. E assim aparece ele como do nada,e encontra Maria em sua janela.
Ali se inicia um diálogo sem fim,e o viajante é apresentado a seus pais como alguém a muito tempo conhecido.
A casa de Maria se torna rotina de passagem para aquele viajante, que Maria não sabia ainda mediante tudo o que conversaram , o que seu grande e misterioso amor fazia.
Num belo dia de sol, ouve-se gritos histéricos em sua casa....Seu grande amor chegou, e com ele trouxe-lhe um presente: Deu-lhe uma aliança e a pediu em casamento.Era tudo que Maria queria. Viver uma história de amor pra vida inteira...
Assim se casam, Maria é a mais bela das mulheres... Mas passado um tempo, seu amor se vai por causa dos "seus negócios".
Maria fica aos prantos, inconsolável e com menos de um mês de casada, está sozinha e inconformada.
-Leve-me amor contigo! Não me deixes aqui... Maria chorava, e soluçava, pois estava tão apaixonada que não saberia mais viver sem aquele homem. Augusto era seu nome.
Passados quase três meses de espera, um belo dia, Maria avista seu amor vindo nas campinas. Corre rapidamente, coloca seu melhor vestido, passa seu batom vermelho, o pó de arroz que dava um tom de pêssego em sua pele, e em seus cabelos coloca uma flor idêntica àquela que ganhou da primeira vez que o viu.
Ao se aproximar e vê-la na janela, pergunta em tom grosseiro: -O que fazes ai Maria?
E Maria toda feliz por ver seu amor de volta,corre-lhe ao encontro e o abraça e beija, tamanha a saudade que sentia.
Ao entrar para a casa, seu marido chama-lhe a atenção: -É assim que me recebes?
Maria sem entender por está cega, apaixonada, não percebe a diferença no tom daquela voz.
-Sim meu amor, ao te ver meu coração disparou de alegria...
E ele continuou: -O que fazias na janela? Já não encontrou o seu amor? O que procuras? Quer fazer de mim motivos de escárnio aos meus companheiros?Não quero mais que fiques nessa janela a partir de hoje! Tú és mulher casada, e deves se comportar como tal.
E assim nem se despediu de Maria e prosseguiu para o rumo desconhecido que tomava todas as vezes que passava por ali.
O semblante de Maria caiu, pois se culpava por ter deixado ele partir e ter feito algo que o aborreceu. E ela chora e temendo novamente o aborrecimento do seu amor, não mais fica debruçada em sua janela, a ver as flores, as árvores, as campinas, os animais... Tudo aquilo, que até uns instantes atrás, eram sua vida, sua beleza, e sua juventude e seu cheiro...
Então seu amor volta, depois de penosos quinze dias de espera...
E ali não se demora. Quando chega, Maria está na cozinha, e teme demonstrar alegria ao ver o seu amado.
Este chega e logo vai dormir devido o cansaço da caminhada, e ali ela vela seu sono.
E assim ele novamente se vai. Com um beijo de despedida, proíbe-lhe mais uma vez de ficar na janela e também de passar o batom vermelho, pois disse: - Não precisa se maquiar pra ficar dentro de casa. Pára com essa bobeira....
E assim Maria triste, como nunca se sentiu, não ficava mais na janela nem passava mais o seu batom vermelho.
A angústia no coração de Maria, não a deixava compreender porque sua vida mudara tanto. Não se questionava, mas resignada foi aceitando todas as imposições daquele estranho e apaixonado amor.
E assim prosseguiu por muito tempo, nas idas e vindas de Augusto. Ele já chegava com expressões fortes, como se Maria só o desagravada.Já não via mais a sua beleza, a sua alegria, já não trazia mais presentes... Um dia falou da janela, outro dia do batom, no outro dos vestidos... Até que inacreditadamente falou do cabelo longo de Maria. Num tom áspero pediu que ela o cortasse, pois os "negócios estavam ruins" e não tinha mais dinheiro para bancar toda aquela "palhaçada." Vendo que Maria não aceitava, a chantageou dizendo que sendo assim, não mais voltava.... E Maria lhe suplicou que não fizesse isso com ela, e que cortaria sim o seu lindo cabelo.
E depois se foi novamente. Maria chorou cada fio, cada cacho daquele cabelo que cuidava com carinho, tudo em nome do seu amor. Achando que casamento era assim, e que tinha que fazer isso.
Com aquela tristeza, Maria caiu de cama, e sua ansiedade a levou a comer sem parar, e assim ela engordou muito de uma forma que não conseguia emagrecer.
Sem alegria, seus olhos, cabisbaixos, semblante enrugado assim ficava todos os dias a esperar o seu amor.
Já não cuidava mais de sua aparência. Do jeito que levantava ficava. Seus vestidos, eram verdadeiros panos de sacos, remendados, pois era a única coisa que lhe servia, por estar tão gorda. Sua janela passou a ficar fechada, pois tinha vergonha até de seus vizinhos, pra que não a vissem assim.
Passados quase um ano, Augusto volta, até então sem siquer dar notícias alguma.
E assim chega e procura por ela, e ao ver Maria na cozinha, não a reconhece e teme ter entrado em casa alheia.
Mas Maria vai ao seu encontro e lhe diz: -Sou eu Augusto, a sua Maria... E Augusto simplesmente ao olhar aquela mulher, despenteada, sem banho, com vestidos velhos sujos de carvão... Não acredita, e assim numa estupidez e ignorância, pergunta se sua Maria dali se mudou. Então sai por aquela porta , diz que já volta, e nunca mais aparece, pois aquela não era a Maria Bonita que o conquistou!
Resolvi postar essa mensagem em honra a todas as mulheres pra que se valorizem. Maridos não são nossos donos, e casamento não é escravidão. A beleza do casal precisa se perpetuar. E se você vive um relacionamento onde há imposições constantes, desculpe-me, mas a culpa é sua.Opte agora pelo bom senso . Se cuide primeiramente, pois a beleza passa e como ela passam os anos. Se quem está contigo, não valoriza a beleza que tens e não te ajuda a se cuidar, reveja então seus valores.
Um grande bju e fiquem com DEUS sempre.