' BLOG DA MARILENE MEDEIROS: 01/10/2012 - 01/11/2012 expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

EQUILÍBRIO...




Dou muito valor à vidinha que tive. Minha família nunca teve posses, bens, imóveis. Muitas coisas nos faltaram, outras sequer nos fizeram diferença. Os valores hoje são outros. A valorização da pessoa humana, está atrelada aos seus bens como um cordão umbilical inseparável. Antes, isso não tinha importância, nós tínhamos amigos de verdade, amores de verdade... Onde se valoriza a pessoa humana, crescem as flores gracejosas de: EU ME IMPORTO COM VOCÊ, VOCÊ É ESPECIAL PRA MIM, TE AMO TÁ? QUERO VER VOCÊ FELIZ... Tudo de uma forma despretensiosa,  desinteressada, assim bem simples...
Tudo na natureza e na vida da gente, pra dar certo, precisa de harmonia e além disso, precisa de ter equilíbrio. Sem o equilíbrio, umas coisas irão sobressair mais que as outras, e muitas vezes o que anda se destacando demais, é nosso verdadeiro problema. Já dizia o ditado: “O que é demais dá na vista” lembra?
Aí, como vocês bem sabem, minha cabecinha mirabolante, deu aquela guinada, aquela reviravolta boa, que corro pra acompanhar...
Lembro de um episódio bem legal, onde aprendi a ter equilíbrio “na marra”. Era tipo assim: Ou vai ou racha!
Queria porque queria aprender a andar de bicicleta. Mas éramos muito pobres, e papai tinha 7 filhos. Imagina, não sobrava dinheiro nem pra “roda da dita cuja” quem dirá pra bicicleta inteira!!! (kkkkkkkkkkk)
Então as cabeçinhas de bagre, pegaram a bicicleta de carga do papai. Funcionava assim: Minha irmã mais velha levava a bicicleta até lá em cima no morro. A melhor hora pra fazer isso, era quando papai estava trabalhando... É claro né?  Como éramos pequenas e nossa perna não dava pra passar por cima do aro, enfiávamos a perninha no aro do meio.
Então minha irmã segurava pra gente subir e daí era só nos empurrar morro abaixo. Eita. A vontade era tanta de aprender, que era um “vai ou racha de verdade” e na maioria das vezes, a gente rachava mesmo e no  chão! Sem se preocupar com os joelhos ralados, os dentes que quebravam, a gente bem  teimosinhas, voltavámos de novo lá pra cima no morro. Tínhamos que fazer nossa arte em tempo recorde porque papai voltaria a qualquer instante, e então adeus diversão!
O que gostaria de chamar sua atenção é que naquela gostosa brincadeira, eu aprendi sobre o equilíbrio. Igual sentar em touro bravo, os minutos de permanecer ali em cima eram para nós bem preciosos. Que delícia era cair e novamente ficar de pé como se disséssemos: Me derrubou bicicletinha fajuta e ainda de carga! Rá Rá!!! Aé ? Então agora é que vou tentar de novo! E assim nos divertíamos...
Muitas coisas que vivemos na infância, na maioria sem maldades, bem inocentes, podem servir como bússolas pra nos direcionar. Somos o que carregamos, somos o que equilibramos em nós.
Meus lábios se mordem, minha língua comicha em poder achar palavras que entrem no teu espírito de uma forma assim equilibrada.
Tudo está escondido. Tudo na vida tem algo implícito, e dependemos de explicações plausíveis para muitas coisas que ainda não entendemos.
É preciso algumas experiências. Passar por algumas situações ruins, não é de tudo um mal, ajuda-nos a nos tornar adocicados na vida. São os problemas que tem o melhor tempero sabia? Como se equilibrar se não aguenta o próprio peso?

Equilíbrio, segundo o dicionário, é : “Estado de repouso em que se acham os corpos, solicitados por força  iguais e contrárias, igualdade de peso, de forças entre dois corpos.”
Era exatamente assim que tentávamos vencer aquela bendita bicicleta de carga. Enquanto ela pesava para um lado, nós aprendemos que forçar para o outro, trazia o equilíbrio e aqueles eram momentos de glórias, que nos arrancavam risadas e gargalhadas de doer a barriga...
Penso agora nas  áreas  da minha vida que pendi para um lado só... Pela falta de raciocínio muitas vezes, me vi perdendo o equilíbrio da vida. Tristemente, apoiei-me em pessoas que não tinham um contra peso verdadeiro, nem igualdade, muito menos força na vida.
É complicado depender dos outros para nos equilibrar. Quão mais rápido descobrir-mos isso, será melhor para nós mesmos. É de suma importância ter equilíbrio para poder quem sabe, sustentar alguém também uai! Vivemos tempos em que as pessoas se desmancham diante dos problemas, gritam, choram, se desesperam por não encontrar uma saída... Se desequilibram facilmente, porque o próprio peso na balança se encontra em falta!
Pesar pra si mesmo é ter conteúdo, é não ter peso pena de um lado em algumas situações e por outro, ter peso de chumbo que faz a balança da vida descer até o chão. Se deixam ir, se deixam descer e precisam de ajuda pra voltar a subir...
Complicadíssimo não é ? Entende o que quero dizer?
Ter equilíbrio é ter um olhar que acalma, um abraço que sara, uma palavra que transforma. Ter equilíbrio é ter forma! Não ser nem peso morto nem peso leve, nem  bruto demais! É saber sonhar mantendo os pés no chão, para que o equilíbrio seja perfeito, e se torne em paz!
Isso se aplica ao nosso meio de convívio, ao nossos relacionamentos, ao nosso casamento... Que tipo de peso você tem sido na vida dos outros??? Aquele que equilibra? Dá rasteira? Só dá bandeira? Ou dá pra trás...? Falo contigo que lê e com ninguém mais... Pense, pense, pense!!! Você é realmente  alguém equilibrado?
Seja equilibrado querido amigo e leitor e de tudo seja também sensato. Nem de mais e nem de menos... Não seja pra você mesmo a “falta do equilíbrio que busca” ok??? Se defina, seja você inteiro sem precisar se completar, mas servindo sempre para completar alguém...Isso é que torna a vida bonita...

Minha família não teve bens, nem posses e não me envergonho, porque nessa vida, me deixaram muito mais: Ter equilíbrio pra viver, pra lutar e pra vencer, pra prevalecer e me tornar capaz! Isso sim, eu tenho demais!


Um grande bju pra você, fique com Deus e até a próxima.

domingo, 28 de outubro de 2012

CRÔNICA DAS VONTADES...






É isso! Acho que preciso de um tempo pra ficar a sós comigo.
Meus pensamentos se transformam, e preciso ficar alguns momentos ali, sentada, como num dia de psicanálise. Eu falo comigo mesma. Eu mesma me respondo... Neste  espelho que olho, me  vejo em meio a muitas conquistas e travando muitas  batalhas. Como um gladiador, vou me esquivando das lanças do inimigo, dos seus dardos inflamados e dos chicotes das correntes pesadas e infernais, que vêm em minha direção.
Sinto o cheiro do fogo... Cavalos trotando e relinchando ofegantes. Me reflito. Me repenso. Me pego então furiosamente, como num papel em branco, e começo a desenhar um caminho para algum lugar mais tranquilo dentro de mim, e me viro e me amasso e bruscamente me jogo fora. Me chateio e me pego novamente, e faço uma nova  história. À minha frente vejo uma  cortina de ramos em meio a pedras molhadas. Visualizo  uma portinha pequena e estreita, que volta a um lugar estranhamente conhecido, e tenho a impressão de um dia ter passado por ali. Estranha sensação... Já estive aqui? Ali é aqui, aqui é lá... Quanto mais sigo adiante, mais meu caminho se torna inverso. Penso que estou indo e me  vejo  vindo, mas quem me entende?
Atrás daquela cortina tem um mistério. Tudo está estranho. Como os nós em cordas de marinheiro, muitos  cipós se entrelaçam e  me impedem de prosseguir. Quero passar! Bato o martelo! Eu quero ir! Deixe-me entrar!
Do outro lado alguém pergunta? Pra onde vais? E eu digo: Quero entrar por  aquela porta mas está fechada... E escuto: Tu tens a chave  dentro de ti, volta e pega... Mas me pergunto como voltar, se devo ir? Ai, ai, ai....
Então me vejo novamente naquela luta árdua, me desvencilhando dos inimigos que já estavam em meu encalce, aproximando-se de mim. Carros e cavaleiros, flecheiros, escudeiros, poeira ardente, sol escaldante... Então me procuro. Que parte falta?  Tento pegar a lança e não a encontro, e um dardo inflamado passa por mim, e atinge meus cabelos, lentamente como num filme sinto o cheiro do óleo queimado em meu rosto, e uma fístula se abre, com a flecha cortante...
O caminho inverso, o verso e o reverso me colocam  do avesso e então, não mais me entendi. Estava passeando dentro de mim! Quanta guerra digo! Quantas histórias sem fim...
Continuo prosseguindo no caminho que volta, continuo indo e sigo voltando por ali, por aqui. Me perdi no anseios, o caminho ficou estreito. Sou a própria luta, sou os dardos, sou as lanças, sou o oposto na batalha a lutar comigo mesma. Olho para os inimigos e  neles vejo o  meu rosto, e então paro. Quem é você??? Eu me pergunto... Se luto comigo mesma,  então a quem irei  vencer???
Novamente me vejo na  cortina de ramos, tentando desfazer aqueles nós. Muitos ressequidos e endurecidos por causa do sol, já a muito tempo estavam. Desejei naquele momento que uma chuva fina  pudesse ali cair e amaciar a dureza daquela casca grossa. Mas não encontrei e nem desejei o encontro de  realizar meu  desejo. Vi então que eu estava apalpando as próprias veias minhas. Coloquei a mão em mim. Estremeci. Percebi em sua seiva um cheiro bom de vida. Tentei quebrá-las de todas as formas, mas a sua resistência me impediu e me venceu. Cansaço e fadiga me enterneceu. Acredite, não consegui abrir o caminho que era eu...
Me desfiz da armadura de guerreira e com os pés no chão macio, sem espadas na mão, pedi licença para passar... E aqueles cipós irmanados suavemente, gentilmente se soltaram, numa performance ritmada e bonita de uma pulsação forte: Tum Tum!!! Tum Tum!!! Adentrei o caminho, pedras molhadas, férteis para plantar, o que quisesse me esperava, e esperava meu tempo de decidir o que queria ali... Achei a claridade na verdade, o amor no perdão, a alegria no meu ser, o entrosamento, a imparcialidade, a simplicidade que quis merecer. Algumas coisas não consegui ter! Então pedi a mim mesma: Me dá a razão do seu prazer... Vi que a harmonia da vaidade me  dominou e  num descaso predominou sobre mim.
Tudo era macio, formoso e singelo, mas nem tudo que vi era belo... Desconfiei de mim. Realmente estou aqui?
Puxei o pensamento, viajei  e novamente me vi ali armada com espadas e escudo, tentando sempre  a mim mesma vencer...Lutar contra mim? Por que? Para que?
Então entendi a razão da luta, insistente e resoluta, do meu caminhar constante, da minha vida ofegante, dos meus tropeços relevantes, dos meus braços valentes, e resolvo... Aiii meu eu, eu digo, não quero me esconder, me ajude a aparecer...
Avançando adiante, encontrei a raiz dos males dentro mim, por nome: “Muitas vontades”! Lutei contra elas. Me amarraram fortemente sem pena e sem dó, me subjugaram. Me flecharam e amarram-me às árvores. Prostrada por vontade, reprimi minha vontade, e por vontade própria venci, mas ainda não conseguia sair dali... A sensação da vontade imaginária de estar presa a alguma coisa, me dominou e eu então cai. Pensei, estou nos meus pensamentos, e a chave tenho, eu vou abrir! Somente percebi a sensação de impotência e falta de domínio sobre mim. Me  resisti e quebrei as minhas amarras: Vontades! Sou eu que mando em ti!!!
De súbito, o caminho se fez perfeito, como um rio que segue um leito, eu escorrei e parei aqui.
Desarmada, desnudada, avancei para os despojos, e me desamarrei e me roubei de lá. Não quero mais voltar pra lá. Voltei pra cá. Eu mesma vim. Os cipós se uniram e se tornaram as partes do meu ser. Me abraçaram, não me apertaram, a seiva se fez sangue e minha  essência tomou. As pedras molhadas, umideceram minhas paredes concretas e a cortina docemente me fechou e me selou. Voltei, sem sair de mim, vim sem ir e aqui novamente estou.
As vontades não mais me espantam, e como grande nó na garganta, travei o caminho e prevaleci.

Querido leitor algumas vontades, muitas vezes nos espantam, e precisam ser "domadas" assim em guerras constantes. Elas definem onde vamos, quem nós somos. É uma  riqueza saber  administrar o que queremos na vida, e da vida. Que hoje possa entender, que há lutas que  a gente não precisa realmente travar. Pois uma coisa é certa: VONTADE DÁ E PASSA! Entendeu???



"Quem conhece os outros é inteligente. Quem conhece a si mesmo é iluminado. Quem vence os outros é forte, mas quem conhece a si mesmo, é  INVENCÍVEL!!!” (Lao Tse)

 Um grande bju e até a próximaa!!!


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A MORTE DO MEU PAI...


E assim passei distraída por ela numa manhã. Me acenou quando eu desprovida de qualquer sentimento, serena caminhava para  a Casa do meu Senhor.

Em meio ao culto foi-me revelada uma palavra, que mudaria drasticamente a minha vida, daquele momento para frente. O louvor da igreja é parado bruscamente pela louvorista e a ministração fora feita.

De repente, ao sentir um tapinha no ombro pelas costas, paralisei e me segurei para não correr e desaparecer naquele momento crucial da minha vida, porque sentia que aquilo que fora falado, foi diretamente para mim. “ELE” me preparou... Continuei como que num caminho de pedras, onde nenhum martelo conseguiu esmiuçar, mesmo sem ninguém ainda ter falado nada... O choro não se conteve em meu rosto e eu mesma me dizia, deixe-me chorar por favor...

Me senti de repente como uma montanha imensa, inacessível onde ninguém poderia escalar para buscar a bandeira que me daria o decreto: Calma, não se desespere tua alma, pois  "EU  CONTIGO ESTOU!"

Então meu cunhado fala com todas as letras: O seu pai faleceu! Ao esperar o carro trazer o corpo, eu já estava fria e gelada, meus olhos não sabiam o que olhar ou a quem fitar. Não tinha um olhar de misericórdia. Não tinha nada ali.

Deitado no caixão inerte “o vi”. Por mais que as pessoas conversassem naquele momento, sentia que minha alma estava em outro plano, onde eu comigo mesma conversava comigo e respondia às minhas indagações, eu não estava ali... Meus irmãos cada um com sua dor.

Um silêncio mortal,  uma paralisação do universo naquele momento, me colocou como que, numa bolha de vidro, onde ninguém me invadia. Dizia comigo, não se aproximem, não quero conversar com ninguém...

Ali no meu canto, fui separada, consolada com palavras e profundamente me entristeci e chorei por dentro. Um choro como se meu sangue vertesse para fora dos poros. Mas então percebi alguém cuidando de mim, dando pão para minha alma e água pra minha sede... Que tristeza, que amargura.

Nenhum vento refrescou meu rosto, nenhuma luz de sol conseguiu clarear minha vida e reinar sobre mim e endurecida por aquela notícia, recusei sentir o frescor de um vento diferente que vinha em minha direção.

Naquele ambiente morto, de pessoas pra mim espiritualmente mortas, vi e senti que as margaridas brancas e bonitas sobre ele, exalavam um perfume cheirosamente solitárias, assim estáticas elas se misturavam com as paredes daquela caixa de madeira, que acomodou bondosamente o seu corpo.

Minha alma se foi, se desmanchou totalmente. Olhei para baixo e não vi chão nenhum, só me sentia caindo cada vez mais, por vezes flutuando ao ver tristemente mais um pedaço da minha vida, já sem vida, que se fora sem eu poder entender sua existência aqui... 

Minha alma gritava na maior altura e me senti como se segurasse um tecido na boca entre meus dentes e gritava e rangia e nenhuma outra alma viva respondia, não me socorriam, não me entendiam, e meu lamento não deixava rastros de eco nenhum.

Não tinham como  entender a minha dor. Estava sozinha pela segunda vez, quando fui deixada para trás por minha querida mãezinha, que faleceu com 33 anos e igual ao morto, eu ali nas duas metades que se foram eu também morri...

Contemplava fixamente os olhos das pessoas presentes mas eu via e percebia uma presença diferente ali do meu lado, alguém com uma voz suave que parecia sussurrar o meu nome. ELE conhecia não só o meu nome, eu sabia de tudo sobre mim. Falava comigo, e não me deixou um momento sequer. Me dizia: Ei, estou aqui, calma, não se desespere, a dor que sente agora vai passar... Estarei sempre contigo...

Eu olhava ao redor para ver se alguém estava ouvindo aquilo... Mas percebi que a voz vinha de dentro de mim.

Com meus olhos vidrados como boneca de vitrine, estática e inerte, ali permaneci.

Ainda não havia sentido aquele estranho peso no peito, sofrendo com os pensamentos do porquê perdi preciosos momentos com ele, sofrendo por achar que teria o tempo todo do mundo, pra consertar tudo com ele debaixo do sol.

Mas AQUELE que estava comigo dizia: Aproveita cada minuto para ser feliz e fazer alguém feliz daqui para frente... E não chores mais minha filha!

Percebi ali naquele momento, ser guiada por um PAI diferente...
Me senti como flor despetalada, jogada ao chão numa disputa de quem bem-me-quer e quem mal-me-quer, ironizada e vaiada pela vida naquele momento. Alguém me olhou e riu de mim... E riu do meu choro e disse: Não respeitou ele em vida!!! Chora agora!!!

Num impulso, na direção do morto mentalmente me lancei, e o chamei do fundo da minha alma, como se só eu mesma escutasse a minha voz e pudesse assim me debatendo, pressionar seu coração e o trazer de volta e então gritei: Ei!  Paiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!! Paiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!! O que houve com você ??? Levanta daí uaiiii!!!  Paiiiiiiiiiiiiiiizinhoooo!!! Não me deixa agora não!!! A gente ainda precisa conversar paiiiiiiiiiiiiii!!!  

Mas ele adormecia num sono eterno, não quis me ouvir,  nem esboçou movimentos, dali não levantaria nunca mais e eu não conseguiria sentir o exalar de seu perfume de sabonete, ou quem sabe lançar seu olhar nem que fosse de repreensão para mim... Só sobraram com ele, as flores lindas que vi... 

Mas AQUELA presença diferente, da mesma substância de meu espírito, ali segurava minha mão, quando tantos a soltaram e me segurou para que eu voltasse com meus pés ao chão, me vendo desnorteada e sem rumo naquele momento.

Que dor cruel, que infelicidade, que angústia que por muitos anos não teve fim. Ceifou-se a morte numa punhalada só, aquele que me dera  a vida e que nunca consegui entender porque viveu daquela forma, porque me tratava daquela forma.

Meu pai teve seu coração arrasado com turbulências interiores e fulminantes, que no giro de um passo de dança, nunca pausa que teve em dançar, o derrubou...

Não sentia o vento balançar mais as árvores, nem os pássaros cantarem mais majestosamente o seu silvo suave, como naquele dia anterior .... O brilho do sol se escondeu... As flores não tinham cor.

Todos emudeceram comigo e não quiseram me alegrar. A luz havia se apagado em mim e por um bom tempo ali, perdi a noção e não sabia mais a definição de “claridade”, de luz. Pois tudo se fez trevas naquele momento em mim.

Minhas lágrimas presas em meus olhos, procuravam o caminho para transpirar em minha face e bloqueadas, assim se misturavam ao meu sangue como uma doença, rasgando minhas veias e num surto também eu “me fui”.  
Por anos a fio, ninguém me achou. Não mais me conheci e senti saudades de mim mesma. Ah!!! Como eu senti saudades do meu sorriso, da minha molecagem, da minha gargalhada. O sentimento do luto da morte, se tornou minha máscara e  atrás dela, por muitos anos  me escondi.

A foice e o manto negro vieram e apenas num raspão  ele se foi para não mais voltar... Minutos antes, se encontrava dançando, se divertindo com os amigos e entre a valsa e o tango, num pedido de ajuda, seu espírito se despediu e se desprendeu, abandonando o seu corpo que ao chão caiu. E agora ali, parado em minha frente, comigo desesperada, louca desvairada, gostaria muito de novamente o colocar de pé. Eu o quis sacudir...

Levanta daí! Levantaaaaa! Paiiiiii !!! Pára de brincar desse esconde-esconde pois para onde você foi, não consigo te encontrar! Paiiiiiii!!! Por favor!!! Paizinhooooooo!!!

Eu assim dizia … Não me deixe aqui... Por favor!!!!Vamos começar uma nova vida... Paizinhoooo!!! Perdoe-me por não ter te entendido...

Ninguém ouvia nada, todos estavam surdos para minha voz que gritava no meu pensamento em silêncio o olhando.

Alguém chegou e disse: Só vim para saber se ele morreu mesmo...
Aquele corpo endurecido que um dia sorriu, amou de alguma forma sem eu saber, viveu, se multiplicou... Estava ali sem palavras, sem estímulos, esperando somente voltar  através dos  amigos, para o encontro com a terra mãe e receber  um  reconfortável abraço fraternal, no encontro de irmãos na  natureza: O pó que volta ao pó.

Sufoquei então, engasgada, ao erguerem aquele caixão, soluçando por dentro, sentia que as lágrimas teimosamente não obedeciam a minha voz. E dizia, alguém me ajude por favor!!! ... E e eu escutava: Eu estou aqui e te ajudo minha filha.... 
Não queria  acreditar que não o veria mais, que teria que conviver com a “presença da sua ausência” todos os dias da minha vida. Sentimentos negros se apoderaram de mim e me possuíram numa sequência infindáveis de erros e desacertos ao longo do tempo.

Me sucumbi, me deixei ser vencida. Me condenei. Percebi  que invadia lugares que não deveria estar, fiz coisas que não deveria fazer e aquela mesma voz que ouvi naquele dia, me resgatava, me buscava e dizia: - Aí não MARILENE!!! Volta!

Eu ia pra vários lugares por querer e me maltratava e ELE me trazia, não importando o que fizesse, “ aquela presença entendia minha dor", e ainda no erro, ela "me amava”, no que eu queria só para me maltratar, ela me consolava...

E assim fui sendo  trazida e resgatada para a vida, para ser quem hoje sou... SOU FILHA DO ALTÍSSIMO! O qual  glorifico por saber que nem a morte, nem a vida, nada me separa D'Ele. De forma fiel e gentil ele me perdoa e me ama e a mim é fiel, mesmo que eu não seja. Obrigada Senhor!

 

Se você também querido amigo e leitor, perdeu alguém precioso em seu convívio, peço desculpas se despertei em ti algum sentimento que não queria lembrar, pois eu entendo a sua dor. Te aconselho a sentar com alguém e contar assim, sem reservas, como se sentiu naquele momento, para que possa aliviar a carga que está sobre o teu coração. Saiba que o Senhor não se esqueceu de ti, e ele te contempla e vê e sara a sua dor. Permita que ele possa segurar a sua mão agora aí, onde está e te levar por campos verdejantes e apagar a culpa que sentes...Não se condene por não  estar mais ao lado dele ou dela, não se condene  por não ter aproveitado mais os momentos... Se perdoe e siga em frente agora, viva, não pare  não se impeça. Você vai vencer! Deixe que o tempo amenize a sua lembrança  e Jesus cure a sua saudade e também a sua dor. Ok??? Nascemos para ser felizes, e este é meu desejo para você!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

SACRIFÍCIO (Tributo ao Senhor Jesus)



Andei refletindo sobre sacrifício. Como se acontecesse de repente, sou buscada para aprender. Minha mente vem e vai, como  num entorpecimento nesse momento, como aquele que deseja beber de um conhecimento que nunca ninguém, jamais teve.
A suavidade do desejo de ser ensinável por Deus, da delícia do aprendizado, arranca de nós em determinados momentos o engrandecimento de uma vida diferente como que suavizada pelo frescor  de  águas cristalinas...
Com isso andei pensando, que muitos sacrifícios relatados durante essa humanidade, tiveram seus propósitos estabelecidos, suas razões determinadas, e muitos por isso foram extinguidos. O que é sacrifício? Porque sacrificar? O quê sacrificar? 
Penso e repenso, minha cabeça vai e vem... Existe sacrifício eterno? Sacrifícios de morte e de vida?  Consigo olhar e pensar de uma forma gostosa, bonita e bem florida num tema: O SACRIFÍCIO de JESUS!
Me traz a memória uma linda oferta de amor, um cheiro suave de exaltação de vida. Me alegro então, com uma alegria indomável aqui onde estou, quando penso que, entre o céu e a terra, entre o fogo e o ar, por entre as brumas e cerrações, no meio do oceano e no fundo do universo, há “alguém entronizado” ! Ei psiu! Há alguém lá de verdade te esperando...
Então te pergunto: O que é sacrifício para você?
Como música suave, Ele vem a mim quebrando as cadeias, despedaçando as muralhas, pulando os montes, e levando das profundezas da terra e dos céus   a “ Majestade de um Deus”!
Sacrifício para mim, é uma oferenda que nada pode impedir e conter. É uma clara revelação das coisas celestes, impulsionada por um ritual santo! É um mover de aleluias e glórias, é me despir para ali estar, e educadamente pedir licença e permissão para entrar, assim sem nada, sendo vista e contemplada em minha entrada singela, ungida com óleo fresco que escorre em meus cabelos, exatamente na porta da sua casa, "que agora nesse exato momento estou", bem assim, diante das frestas das pedras e perante os ventos das montanhas, na eternidade de Deus... Bendito és ó Senhor, pela inspiração, sê exaltado! Assim, eu falo agora a Ele!...
SACRIFÍCIO! Muitos repudiam esse nome... O que sacrificar? Porque sacrificar? A quem fazê-lo?
A quem oferecer? Sacrifícios espirituais realmente existem???
E minha mente, como em notas musicais, na sequência das palavras, contempla "Aquele" que vive, e a quem assim me sacrifico, sacrifico o que tenho, sacrifico o que sou, e ninguém pode me impedir, e assim de joelho faço o sacrifício perfeito d oferenda do meu coração...
A Ele ofereço o que me alcança: O seu Amor e a revelação incontestável de que sou amada, desejada como as primícias de todas as coisas que vejo e sinto como “cheiro suave que o alcança”... Recebe - me eu digo a  Ele,  pois tua sou!
Entre  cheiros de óleos suaves, de mirra e aloés, entre folhas secas que o vento leva, silenciosamente me adentro ali em sua presença,  e elevo com minhas mãos, juntamente ao sabor do vento, primordial  sacrifício de louvor, em peneiras transparentes a ti ofereço e me consagro assim me inclinando, para que hoje me recebas...
E me  dou em suas mãos e digo: Aleluia! Aleluia! Vives e Reinas ó Cordeiro de Deus! Recebe-me como  oferenda que te dou!
Sacrifico o que sou para sua exaltação e entronizando seu nome na terra, adentro tua presença, recebendo suas ofertas de bondade, a mim pequena mortal que  sou, escondida em tuas lindas asas  de plumas brancas...
Assim escuto: - Vinde bendita de meu Pai... Sim meu Deus, eu posso ouvir isso!
Tento, mas não consigo colocar  em palavras entonantes e musicais em todas as escalas, o sabor da melodia de te glorificar e te engrandecer... Não consigo descrever em palavras o que vejo agora diante de Ti meu Senhor!
E assim me encontro neste momento sendo levada pelo Espírito de Deus em lugares pela fé, e com radiante alegria, indo e sendo movida pelo amor em  te conhecer ó Senhor!
Que o som da trombeta um dia eu possa ouvir, e ao olhar em seus lindos olhos, estar ali em sua presença assim,  com coroa de pedras de diamantes e esmeraldas e berilo, misturadas com flores em minha cabeça,  com véus e grinaldas, nas minhas lindas vestes brancas que me destes... Com meus cabelos em trança, descalça, lavada e remida no Sangue do Cordeiro, de toda impureza dessa vida terrena, e dançando para ti... 
Assim quero estar  em meio a alaúdes e instrumentos de corda e cítara, harpa e tamborins, e em meio a danças de roda , com peneira com frutas brilhantes e transparentes, de mãos dadas com meus irmãos, te sacrificar o coração e a vida e lhe dizer :


“Aceita Senhor a oferta de amor dos meus lábios...
Que o cheiro suave do meu louvor
alcance hoje o teu coração...
Da mais alta montanha ao mais fundo oceano...
O universo revela tua Majestade!!!
Reina o Senhor!  Exaltado entre as nações!!!
Entronizado pra sempre sobre os querubins!
Tu és grande em poder e nada pode impedir o teu mover!
Toda a terra em uma só voz, clama:
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Bendito é o Cordeiro de Deus!" 

E assim eu entregaria meu sacrifício de uma vida ansiosa por te encontrar eternamente, e viver novamente estes momentos especiais, em que posso ser arrebatada pelo Espírito a estar diante de Ti, declarando todo meu amor.
Eu te amo ó Jesus e fico assim sem palavras pra expressar o que sinto por Ti !!!

E então, assim de súbito eu volto pra cá,  e o  arrebatamento do Espírito se vai... Me vejo aqui sentada em minha mesa de trabalho, em meio aos meus colegas, e anseio e desejo ardentemente por outro momento deste, onde possa me alegrar em sua presença e através da minha oração te encontrar! Obrigada  meu Senhor, eu digo, mas eu volto para novamente te sacrificar.... E assim me despeço e embora vou....

Pra você querido leitor, fica meu desejo ansioso de que um dia também você possa experimentar que estar diante do Senhor  Jesus nesta terra, é ser constantemente arrebatado para o  Céu !!!

Um grande bju e obrigada por visitar minha página.
Até a próxima.

Em tempo: A letra usada acima : "Aceita Senhor..." É música da Cantora Gospel Heloísa Rosa.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

SER VALENTE!






Quando garota, sempre fui desse jeito, espevitadinha assim mesmo como você me vê hoje rsrsrs... Acredite, sempre apanhei na escola, porém nunca consegui bater de  verdade em ninguém. Tinha uma amiga, e  me lembro de uma certa vez, em que me deu  uma surra, por ter implicado com ela...
Eu  me sentia muito valente assim. Dizia pra mim mesma Ninguém implica comigo... E assim apanhava e apanhava, mas também não aprendia... Lembro-me que nesse dia  cansada disso, cheguei em casa, contei para meu pai que  a Angela tinha me batido na escola, e ele simplesmente deu um galope atrás dela como se fosse o desenho do papa-léguas (vrooommmmm), e minha valentia assim foi pro ralo né? Não queria que ela apanhasse de meu pai, porque depois eu seria a próxima vítima... Então, mais uma surra de roda de caminhão eu tomei, apanhei duas vezes de burrice.... 
Com o passar dos anos, minha valentia foi sendo por mim espertamente canalizada em outras direções... Fiquei valente pra correr, valente  pra gritar com os outros, valente pra me esconder das artes que tinha feito, valente pra responder, valente pra mentir e valente pra não fazer nada ...
Assim fui crescendo rebelde e essa  valentia foi se  transformando  por longos anos em uma  revolta meio que irada. Revolta da vida que levava, da família que tinha, do lugar que morava, das roupas que vestia, dos brinquedos que ganhava. Não tolerava mais ganhar a boneca  "Índia" , todo santo ano no Natal. (kkkkkkkkkkkk) A cada ano o  seu cabelo era loiro ou era preto... E eu pra disfarçar, dizia que gostava mais das bonequinhas de cabelo de milho. Sentia raiva.
Acho que não gosto de Natal... Foi refletindo assim que  pensei em escrever para você sobre essa diferença de ser valente e ser valentão sabe...

Valente no Dicionário Aurélio, significa: Que tem valor, força, intrépido, enérgico, rijo, homem esforçado ou corajoso, diferente de valentão que é briguento, desordeiro, fanfarrão, gabarola (auto-elogiador).
Vendo e entendendo isso, penso que cresci, e percebi que minha forma de "ser valente", estava meio equivocada...
Não sabia que pra ser valente,  não podia juntar e  atrelar   sentimentos negativos,  problemas,  lamentações, argumentações e murmurações, a comportamentos assim agressivos, que tomam nossa mente, estufam nosso peito e nos fazem avançar nas pessoas como se fosse um galinho de briga... Valentia é uma coisa, ser valente é outra totalmente diferente...
Fui aprendendo que a suavidade do valente se respeita  e dobra os nobres, mas que também o despeito do valentão se despreza, fazendo com  que sua razão desapareça completamente...
Ser valente é não se dobrar, é não se curvar, é ficar de pé e encarar o que for com cabeça erguida, ainda sim, sem ter o nariz empinado... . Mas em alguns momentos é besteira, então não tenha vergonha de dobrar a  cerviz,  e assim, se deixar descer ao chão...
Consegue? Eu sei que simmm...
Como diz Mahatma Gandhi: 
“Primeiro, ignoram-te, depois riem de ti, e no fim tu vences!” Entendeu? Aí está a diferença de ser valente e perseguidor de ideais, esforçado na vida e enérgico consigo mesmo, do que ser valentão ou valentona, desordeiro, vivendo a Deus dará.
Ser valente é rir do infortúnio, se divertir com as críticas que fazem de ti  e permanecer de pé, quando ainda alguém deseja sinceramente e " amorosamente " que você  caia, ou quebre sua cara ... Você entende  né?
Ser valente é permanecer em suas raízes  e também ter coragem pra sair de alguns princípios estabelecidos por alguém, que um dia quis determinar que sua vida seria melhor assim...Só que você  hoje se sente oprimido e dominado por não saber o que fazer, se deve ir, se deve sair, se deve ficar ou se assim deve  permanecer...
Seja valente, bata no peito da vida e diga a ela: Ei, eu vou te vencer, eu vou lutar, eu vou dobrar minhas manias e dificuldades, eu vou prevalecer, eu vou prosperar!!! Entendeu? Isso sim é ser valente, e não ter aquele sentimentozinho de se armar com espadinhas e arcos de crianças para combater  os inimigos  imaginários das florestas, ou aqueles que estão debaixo da sua  cama....
Seja valente por você, seja valente se superando, seja valente se dominando, quando ninguém mais a seu lado conseguir fazê-lo. Se preciso dê a cara a tapa, sem usar a valentia de revidar, mas ainda assim sendo valente para agradecer, e reconhecer  que  muitas vezes, por sua  própria culpa precisou apanhar pra enxergar  que certas coisas tem os seus limites, e que não é com manha e querendo vencer os outros no cansaço, que iremos ganhar e usufruir dos brinquedinhos preferidos...
Seja valente amigo meu. Se for preciso mudar de opinião, mude, mudar princípios mude, rever suas raízes reveja, trocar as suas folhas, assim o faça... Mas sem esse surto psicológico que remete  muitas pessoas, à culpa imaginária que as amarram com correntes e as deixam sem se mover para  romper seus limites. Ah!! sem essa!!! Sem esse excitamento que fica impregnado, quando se quebra paradigmas. 
Mas te aconselho, a não ser valente com pessoas que não entendem seus propósitos, a ponto de te  arrastar  ao  nível medíocre  deles, sem sonhos, sem perspectivas, sem ideais... Seja valente e peça direção a Deus  no que deseja fazer, porque  se você não sabe onde vai, então qualquer caminho deve servir  não é  mesmo? Pense bem... 
Pra te ajudar, leia a trajetória do Rei Saul,( I Samuel 13...) que foi o primeiro Rei de Israel, ungido de uma forma linda perante o Senhor, este sim foi um homem valente e intrépido, mas as suas atitudes erradas, no decorrer da sua caminhada, o levaram a ruína!
Avante! Deus é contigo! Seja valente uai!!! 

Um grande bju e até a próxima!