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segunda-feira, 17 de junho de 2013

MEU ANJO PROTETOR...


                               

Sempre tive uma visão muito diferente de Deus. Apesar desse mundo repleto de tanta opressão e crueldade, ainda consigo falar com ele em meu quarto. No início foi complicado chamar por alguém que eu não via, mas com o tempo isso ficou muito interessante, principalmente quando aquilo que eu pedia se realizava... Não queria precisar de ninguém para o chamar por mim  pois devido a vários acontecimentos, precisava ter uma conversa franca com ele.  Desde 1998 quando deixei a prática antiga eu o conheci de verdade. Comecei a buscar Deus do meu jeito e não é que deu certo? Hoje foi mais um dia assim. Pela manhã  o busquei igual fazia quando era criança. Você deve achar estranho ouvir isso de uma mulher de 38 anos mas foi assim mesmo. Quando o chamo, sempre o vejo acredite você ou não. É como se entrasse num transe  sei lá. Comecei minha devoção pela manhã cedinho e logo vi pedidos de oração lhe subindo ao altar. Quem sabe o seu estava lá?  Pedidos de socorro, de afeto, para pagar um aluguel, de um emprego, para encontrar novamente o caminho de casa, pela vida de um filho baleado, drogado, sumido, sequestrado, para que o negócio próprio possa deslanchar,  para livrar de pessoas ruins, para proteger os filhos na escola, para proteger na viagem, para passar naquela prova, para abençoar seu casamento... Gostei quando pude ver que logo cedo as pessoas estão em plena atividade diante dele. E Deus ouviu cada um daqueles pedidos. Via as orações chegando aos montes de lábios que o glorificavam, sem ser preciso que alguém se pusesse no caminho, para interceder por aquelas vidas que tinham livre acesso diante dele. E olhando aquela cena, me vi também ali num cantinho fazendo a minha oração. E o interessante mesmo, é que eu estava exatamente como uma criança de 5 anos diante de Deus. Não sei  porque me vi assim, mas no final da visão entendi. 
-Querido papai do céu, estou aqui para te buscar. Mamãe morreu e não me ensinou como te chamar, então eu vou fazer do meu jeitinho... Assim eu dizia... -Aprendi com a catequista, que preciso fazer isso para ser feliz e se o Senhor quiser Deus que eu seja, eu serei... 

Sem eu mesma perceber de forma sutil, ele me estende os braços, me acolhe, me beija e me afaga os cabelos como se eu fosse a mais linda e perfeita de sua criação... Mas mesmo assim em seu colo, por um breve momento ainda acho que estou sozinha sem minha mãe, apesar de ter vários irmãos. Então de repente o pensamento se vai igual fumaça e me levanto  radiante diante dele... 

Desde pequena achava que tinha descoberto o segredo dele, de como falar com ele, de como tocar seu coração e o que falar para ele me responder. Achava que ele estava em minhas mãos veja só... Em meus pensamentos eu dizia como em versos de poemas aprendidos na escola: Ó tu que és o único que atendes as orações... Olha, eu estou aqui ainda, não se esqueça de mim, por favor Senhor...
Lembro-me que ficava meio sem noção de vida espiritual por causa da catequese dada por aquela freira que não era brasileira, falando português todo enrolado, mas ainda assim conseguíamos extrair a essência de Deus que ela queria nos passar com tanto carinho. Achava que eu era louca e que um dia tinha que ser internada. Tinha visões que ninguém via... Enquanto todos olhavam para aquele campo de futebol à nossa frente assistindo o jogo ali em vista alegre (distrito de Cataguases), eu via outras coisas, outras pessoas, outra cidade, outro lugar. Mas ninguém via nada.... Então novamente em transe saí dali. Entrei por uma porta enorme com cheiro gostoso de pinho. O lugar era lindo com cortinas brancas, macias e transparentes. Fiquei estática por um momento pensando, que ainda não o conhecia totalmente para estar ali, sendo audaciosa o bastante para estar em sua casa, sem ter sido chamada a entrar em sua presença... Então como criança que se achega de quem gosta, vou me aproximando de fininho e logo de cara "O" vejo diferente de qualquer pessoa humana, com um rosto como de sol... Sem medo algum, despretensiosamente como uma criança que era, pedi para sentar em seu colo e ainda se podia passar as mãos em seus cabelos e ele sem resistir, se inclina humildemente e me atende e então eu brinco com seus dedos... Me sinto tão confortada que durmo e me aconchego em seus braços e caio em sono profundo e começo a sonhar.  Em meu sonho, me vejo andando em algum lugar e vejo também que alguém ia à minha frente. Onde eu ia, ele ia, se eu desviava, ele sabia... Estava comigo e me protegia. Não conseguia ver seu rosto pelo brilho que tinha. Então entendi no sonho que aquele era meu Anjo Protetor. Chamava por ele à noitinha no pé da minha cama... 



"Meu anjo protetor, meu fiel guardador que a ti me confiou a piedade divina, me rege me guarda e me ilumina..." 


Achava que ele era criança como eu, mas me surpreendi ao ver seu tamanho; era muito alto, tinha mais de 3 metros e era imponente e forte, não temia nada e estava armado com uma espada muito cortante e ainda tinha um brilho escomunal. 
Me senti importante demais por ter alguém assim para cuidar de  mim e me vi ainda criança pequena e indefesa também. Ele foi à minha frente e abriu as portas enormes e fechadas que jamais conseguiria abrir e as despedaçou para  ninguém tornar a fechar. As que ele fechava, ninguém atrás de nós conseguia abrir... Quebrou correntes enormes que do nada se entrelaçavam à nossa frente e ele as reduziu a pó... Fiquei ali boquiaberta e parada atrás dele quando me dei conta que além de tudo que ele era, ainda tinha asas enormes... Puxei a barra de seu vestido como que pedindo colo, mas ele entendeu logo meu pensamento de curiosidade em achar que podia  subir nas asas  dele e as pegar para mim. Notei que elas nasciam de seu corpo, eram tão somente parte dele como sua própria pele.  Não me lembro exatamente como ele surgiu. Só lembro que toda vez que me ajoelho em meu quarto ou onde for, ele aparece. Por onde vou, ele vai comigo e em todos esses anos me guardou. E o mais interessante é que ele fala qualquer língua e sempre conversa comigo... Como filme de ficção científica, ele invade meu tempo e me protege e só vai embora quando me vê em segurança... Ele luta minhas guerras, sana minhas dificuldades e por incrível que pareça ele chora no meu pranto, quando eu digo que não sei o que fazer. Um dia eu disse para que ele se afastar de mim para que não visse certas coisas, mas senti a sua alma chorar e então lhe pedi perdão. Estava ali designado para me proteger de verdade. Era ordenado, disciplinado e obediente, mas não a mim. Meu anjo é um anjo de guerra. Sua vontade, não passava por aquilo que eu queria fazer, mas eu tinha livre arbítrio se quisesse me afastar. E quando voltava ele me recebia com júbilo como se fosse a primeira vez que tivesse me visto... Tudo isso era estranho para mim e não entendia que amor era aquele  e mais ainda porque eu sempre me refletia na pupila de seus olhos, mesmo quando não olhava para mim, eu estava lá como que tatuada naquele olho... Se parava ele continuava e me dizia: -Não pare até que saia da zona de perigo, mas eu não via nada. Andava num caminho estranho que não sabia onde ia dar e então de repente me vi na antiga casa onde morei na Rua Acácio Serpa. Estava sozinha na escada e contemplava os pássaros lindos que voam no céu, que desciam e subiam, buscando no jardim da minha mãe e na peneira que segurava o farelo de milho que jogava para eles. Tudo era perfeito, então fiquei ali um pouco contemplando aquela cena. Depois descendo as escadas vi um pé de árvore cheio de frutas vermelhas lindas apetitosas. Ia pegá-las e de repente naquela visão, tudo  ficou em preto e branco e aquela era a única coisa que se tornara colorida por ali ... Olhei para trás e não vi mais o anjo comigo e apreensiva  o chamei. 
-Ei cadê você? E ouvi:  -Não pare até que saia da zona de perigo... E eu senti medo... Um calafrio horrível tomou conta do meu corpo naquele lugar. Em minha frente tudo se transformou, estava num porão úmido e escuro. E continuei ouvindo: -Não pare. 
Para cada passo dado uma claridade se fazia  e entendi que meu anjo brilhava na escuridão para que eu não tropeçasse em alguma pedra. Ao chegar bem mais à  frente, notei que tinha mais alguém  ali que me observava a tempo pelo cheiro grotesco e aparente naquele lugar. Senti uma essência totalmente diferente daquela que era tão doce ao meu lado. Num surto de adrenalina quis correr e senti que se parasse a contemplar o fundo daquele porão que mais parecia um abismo, jamais então na minha concepção eu sairia dali. Só nesse momento me dei conta de novo que meu anjo estava comigo e que me mostraria o caminho de volta. Ao chegar na escada, me assustei quando vi que a árvore, até então frondosa, verde e bonita, estava estranhamente envelhecida e ressecada. Seus frutos vermelhos e apetitosos, estavam podres e mofados jogados ao chão. Apressei a subir a escada e para minha surpresa também, aqueles pássaros lindos que voavam sobre minha cabeça, estavam todos mortos em cima da  peneira de farelo e jogados no chão. Caiam aos montes como se despencassem do céu da minha sustentação imaginária. Entendi perfeitamente que alguém ao passar antes de nós, tentou florear aquele caminho, para que eu não visse a podridão que se instaurara ali. E por isso o anjo falava para eu continuar andando até sair daquela zona que ele via de perigo.

"Fiquei indignada e perguntei a ele porque não tinha visto  aquilo antes e ele respondeu que meus olhos carnais não vêem a realidade verdadeira das coisas que se instalam em nossas vidas. Me ensinou que tudo que acontece, tem roupagem irreal e que muitas das vezes toda realidade é mascarada de duas faces e que nada do que parece, é. Me falou para não confiar no que meus olhos vêem, e que as guerras não se ganham com sentimentos mas com soldados preparados e revestidos de força..."

 E então ele me tirou dali...  Não tinha percebido até então que em todo esse tempo eu não tinha dado um passo sequer. Na verdade, ele ainda estava comigo no colo e por isso não senti cansaço algum. E como criança espevitada, eu pude tocar em suas asas e com intuito infantil de puxá-las, ele sentiu e me olhou. Suspirei fundo me fiz de desentendida e o abracei, não desejando sair daquele colo protetor. Agradeci por me proteger e chorando sem parar disse que sem ele eu de certo pereceria... Meu coração de criança se irradia e de um pulo, saio de seu colo e cantando desafinada pergunto: -Agora você quer brincar de amarelinha comigo? E ele sorri para mim, e se despede e vai embora... Antes que desapareça totalmente, meu coração desesperado  pergunta se ele vai voltar... E me diz: Estarei sempre aqui, é só você saber olhar... E então o vejo novamente... 
Risco o chão em quadradinhos para brincar de amarelinha e meus riscos se transformam em linhas daquele pedido de oração que guardei e que um dia apresentei diante dele ainda ajoelhada no meu quarto e só aí, entendi que aquela visão foi a resposta da minha oração. Fecho meus olhos e passo novamente por aquela porta com cortinas brancas, transparentes e suaves. O vento daquele lugar me causa desejos infindos de morar na presença de Deus. Lá não há portas nem  janelas que o impeçam de nos ver. Suas mãos estão sempre estendidas e ele não desampara ninguém.

Querido leitor, ser como criança diante de Deus,  não é ser bobo como muitos acham, não é ter falta de entendimento, nem ficar falando fino ou engraçado para chamar a atenção... Mas é ser sobretudo inocente de alma. É reconhecer as falhas e pedir perdão pelos erros e defeitos e ainda pedir ajuda por aquilo que sozinhos não conseguimos mudar. 
Não sei que tipo de relacionamento você tem com Deus. Mas sei que quando você o chamar, com certeza ele vai te ouvir, assim como ele fez hoje! Ok? Espera que tua resposta vem!

Então pra vc um grande bjuuu fica com Deus e até a próxima!