' BLOG DA MARILENE MEDEIROS: 01/07/2013 - 01/08/2013 expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

quinta-feira, 25 de julho de 2013

EU MESMA...



A parada pode ser em qualquer lugar, em qualquer rua, em qualquer coração que quisesse me hospedar.  Quero dar voltas na sua esquina e chegar várias vezes ao mesmo lugar. Estar ali onde não tem nome, para pedir guarida e  por alguns momentos apear.
Sentir as mãos quentes de alguém, receber um abraço apertado e um contato de pés. Transpirar na mesma medida e suar de uma forma fria, tomar banho gelado no inverno, se grudar. 
Preciso falar com gente mesmo. Me olhar no espelho e rir da pessoa além de mim. Preciso mesmo ficar assim. Hoje quero extrapolar e dar as cores que quero ao arco-íris. Quero cantar na chuva com microfone de sabugo e festejar o solo a germinar. Falar bastante bobagens proibidas, falar coisas simples e  falar errado, depois ficar quieta, viver sem nexo... Há momentos em que preciso desaparecer e aparecer de novo somente para ninguém ver.
Rir do meu acaso e não ter limites estabelecidos. Não acreditar em destinos. Quebrar as regras, as medidas, sem horários para cumprir, sem satisfações para dar, sem o mundo para ganhar. Não dar importância a nada, voltar para casa, me esconder e não responder se alguém chamar. Quero viver um dia sem respostas, sem questionamentos, sem dúvidas, sem perguntas, sem argumentos, sem nada saber.
Quero me deixar de lado, me desgarrar, me despir, sem me mostrar. Dar a volta na esquina, correr na praça como criança, sentar no banco e olhar você. Quero deitar no chão e olhar as formiguinhas e assim sem elas perceberem roubar suas folhinhas...
Na verdade quero alguém para conversar, que não quisesse conversar nada, e que olhasse na minha cara e risse por longas horas de mim como se eu fosse uma piada gostosa. Talvez quisesse ser alguém assim.
Pra mexer nos meus parafusos, soltar minhas porcas e me desestabilizar. Que me tirasse do centro da minha rotação, que alterasse minha gravidade e que me deixasse cair sem me acudir, que me colocasse em qualquer lugar diferente de mim. Que me jogasse para baixo num barranco e que me puxasse para cima com elastano. Que balançasse a minha rede, se quisesse ali sentar. Que retirasse a minha cadeira, na brincadeira de rodar. Que passasse mal dando gargalhadas, que colocasse a mão na barriga e que não conseguisse parar.
Alguém que tirasse minhas peças sem eu pedir e quem sabe as jogasse fora sem me falar. Alguém sem competição que me amasse, que  me largasse, que me dobrasse, que me buscasse, que fizesse um origami diferente  de mim.
Alguém que me visse destrambelhada e me zombasse... Que ainda me achasse bonita, sem pentear o cabelo, sem brinco na orelha, sem batom, sem ter espelho. Que me desenhasse no mesmo tom. Que tivesse lápis rosa na íris dos olhos. Que pintasse meus cabelos com as mãos nuas... Alguém que não fosse ninguém.
Que quisesse pisar comigo no mesmo tempo e lugar. Que quisesse comer comigo sem parar e depois vomitar e rir, sem ninguém zangar. Que gostasse de algodão doce e que não ligasse de dar um pedacinho ao cachorrinho. Que subisse na árvore e que fuçasse no ninho do passarinho quando ninguém tivesse vendo e que roubasse os ovinhos para depois os devolver. Alguém que gostasse de fazer arte e riscar as paredes. Que derramasse tinta na roupa de alguém e dissesse: Desculpe, foi sem querer ...
Que colocasse uma cordinha no rabinho da lagartixa para a domesticar e fizesse no chão uma casinha de terra para ela se esconder. Alguém para correr descalço sem desembaraço ao vento, deixando os cabelos se rebelarem com a poeira, que gostasse dos dias de chuva. Que me desse um susto, que gostasse de óculos, bandanas, lenços e motos... 
Alguém para sentir os dias frios e se empacotar com toucas e luvas e que não quisesse tirar nem para tomar banho... Para conversar sobre a razão das coisas e para tirar a razão de todas elas... Alguém que me achasse chata, purgante, barulhenta. Que gostasse de jiló, de macarrão, de catar no pé a mexerica fedorenta... Que tivesse a coragem de dar um beijo num porco. Arght!!! Esquece, acho que isso não dá!
Alguém que me trouxesse um carrinho quebrado para consertar, que tivesse uma pipa do Vasco para esnobar... Quero alguém que me dê uma caixinha com palhacinho colorido, com olhinhos esbugalhados de molinha a saltar... Quero surtar de para-pente. 
Alguém para brincar de ser adulto comigo, mas sem ser de médico, blá, blá blá.... Não quero ver o tempo passar, nem sentir nada, nem ter ninguém para obedecer, para merecer, só quero ter alguém para amar. Que goste de bichinhos de pelúcias e os deixe no sol para perder a cor ou esquentar. Que compare sua cor com a minha, que a esfregue de vez em quando para ver se sai. 
Queria me desintegrar no vento, subir na tempestade, ter o brilho de um raio quando cai... Queria ser a força do furação sem devastar ninguém. Queria ser as árvores, as flores, ou quem sabe, ter a textura das folhas. Queria estar de molho no sabão, para lavar meu coração quando quisesse com minhas próprias mãos, ou deixar alguém fazer isso sem pressa, gentilmente. Queria estar na massa corrida e não ter cheiro de cimento. Queria exalar um perfume diferente. Ou quem sabe ser um berilo, ônix, esmeralda, ou diamante? Alguém que me dissesse  o que as folhas secas sentem quando alguém as pisa, ou o que os ventos falam quando uivam...
Quero ser do jeito que alguém quiser e ser eu mesma também. É possível? Mas será que tem alguém assim? Posso procurar... Então estarei bem ocupada em me achar... Começarei por agora. Posso olhar em seus olhos???


Então pra vc um grande bju, fica com Deus e até a próxima!!! 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

A ARTE DE NÃO SE ENVOLVER






Tem noites que são um verdadeiro ó redondo! A gente não consegue dormir, vira daqui, dali e nada do sono vir. Não sei você, mas quando isso acontece, no dia seguinte sou um verdadeiro bagaço de cana todo esmagado, como se tivesse saído da prensa. Depois de longos anos me observando, percebi que a única coisa que tira meu sono é preocupação. Não me preocupar com a vida das pessoas, mas o que me comove e me machuca, é o sofrimento que elas passam. Para cada pessoa, os problemas mesmo que por ventura sejam iguais aos nossos, sempre são vistos por uma ótica diferente. Chego a passar dias em claro preocupada com alguém. Parece que tem pessoas que precisam ser balançadas e sacudidas constantemente para acordar. Deixam o barco próximo à praia, não descem a âncora e depois correm quando o vêem indo embora ao longe nas águas e ainda ficam brigando querendo saber quem não fez a sua parte. A gente se preocupa muito de diversas formas. Preocupações sérias, desnecessárias e descabidas que tomam nosso tempo e não valem à pena e o pior de tudo isso é que 50% delas sempre diz respeito a vida dos outros. Existem aquelas preocupações reais que trazem a gente de canto chorado e quando partilhamos com alguém, a pessoa descaradamente nos diz: Você está chorando por causa disso? Pôxa, é o nosso momento, é a nossa situação... E alguém ainda debocha de nós. Dá para entender? Somos bobos muitas vezes em partilhar dificuldades com quem não está preparado para ouvir. Mas quem está?
Confesso para você que sou mesmo cara dura. Não choro por qualquer coisa não. Tem que ser muito sério mesmo para arrancar as preciosas lágrimas de mim. Se me pegar chorando é porque a coisa é muito séria e me arrasou por dentro, me deixou descontrolada mesmo. Fora isso, não choro! 
Muitos encontram solução no choro dos outros, se condoem, se retraem, se reservam. Muitos fazem das lágrimas sua resposta e outros choram extravasando o espírito opressor e aliviando a sua bagagem. Sabemos que chorar não resolve muitas coisas, mas choramos assim mesmo. E daí?
Muitos tentam ajudar alguém e não percebem que estão se envolvendo no que anda acontecendo. Acabam se enfiando nos problemas que não os pertencem, brigam com os familiares por causa do que pensa o amigo, se enfiam em discussões de bar por questões fúteis, entram na pancadaria para defender até mesmo quem começou uma briga. Quando esta intimidade surge ao ponto de não deixar que cada um resolva os  seus próprios problemas, então a questão fica muito séria.
Com a intimidade do relacionamento, de qualquer  relacionamento, faltam coisas como: Bom senso, o saber ouvir, o saber não optar contra ou a favor, o saber fugir das encrencas que outros armaram, achando que porque você era “amigo” iria aceitar e ficar junto até o fim, custasse o que custar...
Com alguns relacionamentos precisamos a aprender a ficar em cima do muro sabia? Se descer em determinadas situações o bicho pega e pica você. É mentira?
Com a intimidade, surgem os famosos “pitacos” permitidos e aparentemente aceitáveis na vida dos outros que bem conhecemos. Tenho horror da expressão: “Você já é de casa!”  Já ouviu isso?
Para quem é de casa, a falta do formalismo no cumprimento, a falta da educação, a distância necessária permitida, o ouvir qualquer coisa, os palavrões, os puns, os arrotos e os dedos no nariz, as portas abertas ao fazer as necessidades, a briga dos casais na frente dos amigos, os palavrões, o enfiar onde não é chamado e o desrespeito são totalmente permitidos. É como se fosse um ritual de iniciação. Como não te conheço de início, preciso passar uma boa impressão, preciso enfeitar o pavão e só depois da proximidade é que mostro como um pavão tão bonito, pode ter pés tão feios... Tem pessoas que perante os demais devido o alto “grau de intimidade” mostram o quanto nem amor próprio tem. Ah! Você é de casa mesmo, o que mais você não sabe hein? 
Situações como estas, que não nos fazem sentir mais especiais e diferentes na vida de ninguém. Quando a pessoa é rotulada com esse “você já é de casa”, ela abre a geladeira, ela deita no sofá, liga o ar condicionado, e se prostra na frente da televisão por horas sem problema algum. Imagina então, se além de ser de casa, a pessoa ainda é bem íntimo seu? Muitos se enfiam assim na vida dos outros e o envolvimento íntimo os atrapalha. Muitos têm palavras influenciadoras, são formadores de opiniões com ouvidos mestres em pegar o que falamos e num raio de segundos transformam o problema em solução para nós, de uma forma que não temos como fugir se não acatar o que a pessoa diz. Nossas preocupações são vícios constantes do nosso pensamento. Batem o dia inteiro em nossa cabeça, nos perturbam. Não se envolver com os problemas alheios não significa não dar a mínima para o que a pessoa está passando ou sentindo não é isso, mas é não se viciar com os problemas alheios e aprender a ficar de fora de toda e qualquer situação. Se a gente se envolve, inevitavelmente de uma forma ou de outra estamos participando daquilo e o que a pessoa vive, acaba sendo transferido para nós.  Se torna semelhante a um hábito ruim que temos. A intimidade que se estabelece quando nos envolvemos e nos preocupamos com alguém, traz o desrespeito por parte de algumas pessoas. Acham que por serem nossos conhecidos, podem falar o que querem. 
Não dou chance para ouvir qualquer coisa que não quero e no mais se me incomodar muito peço licença e saio de perto. Muitas pessoas patinam no gelo. Estão cansadas de se dar mal em se envolver em vida alheia e constantemente voltam a escorregar. Na verdade a preocupação em si é com a evolução de idéias diferentes, de fofocas diferentes, de problemas diferentes em vidas diferentes. Começa com o ouvir, depois com o opinar, depois o se enraivecer e depois com o se preocupar pela pessoa não ter tomado posição. Forçamos os outros a decidirem o que nós no lugar delas faríamos e não é assim que funcionam as coisas. Ninguém nasce preocupado nato, acabamos evoluindo nossos pensamentos para proporções gigantescas quando essa preocupação se torna doentia. Tem gente que não vive nem respira se não souber de uma fofoca dos outros e alguns passam mal de verdade.
A preocupação que tira meu sono é quando sei que alguém precisa de ajuda e não posso ajudar. Mesmo assim ainda procuro fazer algo, contatar alguém, buscar conhecidos que podem ajudar.  Muita preocupação com a vida alheia ameaça a nossa vida, nosso sossego e nossa integridade, dá prejuízo e ainda rouba de nós o refletirmos as formas saudáveis de uma situação. Temos que ser vigilantes quanto ao preocupar com os rumos errados que as pessoas tomam porque querem. Não é problema nosso, a partir do momento que já conversamos, que já falamos, que já orientamos. Quem ocupa seu tempo com preocupações alheias, não busca solução alguma para problema algum. Ou seja, é perda de tempo. Repare que se a sua preocupação com os amigos e conhecidos estão roubando a paz que até então tinha, dê um basta para não ter a sua vida invadida por questões alheias. 
Aprendi a não me envolver mais com os sentimentos das pessoas e com os problemas delas. Muitas situações que as pessoas passam dependendo da gravidade, precisamos correr para longe, mas nunca fazer isso se podemos ficar e ajudar. Terminamos até uma amizade porque não queremos ser vistos com aquela pessoa devido à influência da vida que leva ou daquilo que tem feito. É verdade e mente quem fala que não se afasta. Não há ninguém que não tenha preconceito de alguma coisa. Confesso que já deixei muitas pessoas para trás por causa de assuntos pesados e negativos que não me levaram a nada. Eu me faço, me retraio e avanço por onde quero, mas não me envolvo mais no problema de ninguém.
Muitos acabam concordando, emprestando seus ouvidos para ouvir as misérias e depois lá na frente espalham e você com confiança cega, não viu que além de ser um grande amigo, este deveria ser o último ainda a saber o que quer que fosse a seu respeito. Tem pessoas que para se aproximar de nós colocam asas de anjos nos impedindo de resistir ao seu brilho e então nos queimamos naquela luz momentânea que irradia em nossa direção. Ninguém se preocupa com ninguém e muitos ao desabafarem o seu problema conosco, parecem que não tem mais vida própria e acham que a gente porque ouviu tem que carregar suas cargas. 
Ouvi de alguém uma época atrás: É só você que sabe disso... Baita mentira! Se ouvir alguém falar assim pode saber que já contou para uns dez antes de você e ainda pediu aos mais próximos para não te contar. Sempre acontece então desconfie. Como sou muito reservada e não tenho a intenção de sair espalhando a vida dos outros, deixei aquilo quieto, pois a coisa era séria demais e por um momento desejei nunca ter ficado sabendo daquilo. O problema maior foi que quem me contou,  já tinha falado com outros também, quando a desgraçada bomba estourou, os estilhaços caíram em cima da boba aqui. O dia ficou vermelho para se suportar e me arrependi do dia que emprestei meu ouvido para escutar aquele problema. Me envolvi com aquela pessoa, chorei junto com ela, procurei acalmá-la e hoje estamos a mil anos luz de distância uma da outra. Só você quem sabe! É mesmo? De verdade? Conta outra! Quem contou uma vez, conta sempre! Então pela lógica, só eu que sabia, então quem espalhou fui eu né?
É difícil. Mas foi bom, pois aprendi a não me envolver mais com as pessoas. Posso ajudar sim mas vou até certo ponto. Se vejo algo demais eu viro as costas e dou um tchau. Por vezes a distância e a reserva são boas. Até o tolo quando silencia, é visto como sábio mesmo. As pessoas mudam muito de personalidade e ouvem qualquer um. Pedem opinião a torto e direito e ainda se dá errado, colocam as pessoas na reta dos seus bombardeios. Quer saber? Bobo é quem dá opinião em questões alheias. A gente sabe como algumas situações são difíceis de se resolver, mas se meter a resolver a vida dos outros é o que mais tem.
"Não se envolver é não ser de casa." 
Existe a minha e a sua verdade. A verdade das pessoas quando não querem ser realistas consigo mesmas, acabam atrapalham a vida dos outros. A nossa vida é um corredor de mão dupla que segue o dia todo, uns levam, outros trazem. Então olhe para o alto onde Deus está. Quem olha para o alto, não vê e não se surpreende com o que está ao redor. Quem olha para o alto não se mete em questões alheias, quem olha para o alto, não se envolve com qualquer um.
Não se deixe ser chamado de “gente de casa”, pois ouvirá o que não quer, participará do que não deseja, e será envolvido em questões que não é de seu conhecimento. Às vezes os olhos que só observam são melhores do que os olhos que sempre aproximam. É preciso ser imparcial, não ser influenciado e não influenciar ninguém. Mas muito não pensam assim. Cada um tem direito de tomar suas próprias decisões, de lançar as suas verdades ao vento. Acolhe quem quiser.
Precisamos nos envolver com as pessoas na oração, com o joelho no chão. O que estiver ao meu alcance farei. O problema é que muitos que ajudam com a mão direita fazem questão de mostrar para a esquerda o que fizeram e muitos assim literalmente.


Vai na OLX e desapega meu amigooo!!!

Pra vc um grande bju, fica com Deus e até a próxima!!

terça-feira, 9 de julho de 2013

O DESGOSTO AUMENTA A DOR





A humanidade é carregada de sofrimento. É a fome, são as guerras, as desigualdades sociais, raciais... Brigas, disputas, competições para mostrar quem é o melhor, quem se destaca, quem prevalece.  Na luta por tudo isso, algo nos pára, nos prostra, nos deixam fora da jogada. Sofrimentos vários reais e ocultos nos cercam. Existem dores de doenças fisicamente diagnosticadas, que pessoas choram convulsivamente e imploram por remédio forte, com poder de aliviar seu sofrimento. Muitos pedem por algo que tenha poder de morfina, que lhes traz alívio imediato. A dor degrada a condição das pessoas e as faz rastejar ao chão. Não há quem dê conta da própria dor, nem rico, nem pobre. Uma dor de cabeça, uma dor de dente, uma dor de ouvido, de estômago, são tão equivalente e devastadoras quanto a dor da alma, da morte, da perda, da distância, do descaso... São suficientes  para nos deixar desnorteados completamente e pedir arrego. Alguns pedem somente: Por favor, retira minha dor...
Uma tia minha hoje falecida de nome Lezita, dizia que não tomava remédio para dor, pois do mesmo jeito que a dor apareceu, ela tinha que sair... Sabemos que não funciona bem assim, mas cada um com suas crendices, convicções e ignorâncias quem sabe... Não podemos confundir aqui, a ignorância da falta de estudos, com o desconhecimento que temos de qualquer situação.
A dor em si, seja qual for é involuntária. Não sabemos aonde começa, ou porque começa. Muitas vezes sabemos na verdade a partir de quem, através de quem ela apareceu em nossas vidas e por outro lado nos questionamos, quem teria prazer de nos ver sofrer e por que. Ao descobrir os motivos reais da dor, que seja por uma mutação genética, por dores causadas por pancadas, mal uso de remédios, má alimentação, ela começa a ter um nome certo, endereço certo, e o que na verdade não tem nome, é o sensação doída da dor. Se te perguntasse como se sente quando passa mal, poderia que me dizer que se sente ruim demais e que não vê a hora de melhorar. Nem sempre pensamos em sarar por completo sabia? Razão pela qual começamos um medicamento e ao ver melhoras, já o deixamos de lado. Tudo o que queremos no momento é melhorar a dor, é largar a dor. Nem sempre deixamos que ela nos deixe.
A dor é cruel. Será que alguém chama  a dor para suas vidas? Acho que sim. Nós chamamos a dor muitas vezes em não fazer o que é certo sabia? Quantas dores seriam causadas se uma criança fosse disciplinada desde cedo em suas pirraças... Se ela fosse ensinada a prestar atenção primeiro nos estudos e menos em namorados. Os presídios estão cheios de pessoas que não tiveram disciplina quando criança... Quantas dores seriam evitadas se ensinasse seu filho a se contentar com o pouco que tem? Muitos por não conseguir um trabalho digno, roubam e até matam por dinheiro, por tênis fúteis, por roupas caras... Quantas dores seriam evitadas se antes da adolescência chamasse seus filhos e os ensinasse tudo sobre drogas, violências, sexo e sobre os mandamentos da lei de Deus esquecidos em muitos lares... Se lembra deles? A falta da obediência aos mandamentos de Deus nos causam muita dor na vida... Sofri um tempo atrás por quebrar um deles confesso. Não podemos perder o sentido da lei, pois se andarmos nela não seremos julgados, e a falta dela é que gera a condenação do erro.
Amar a Deus sobre todas as coisas, nos livra de ser enganados por gente oportunista que fazem da religião uma viseira e um cabresto te mostrando que só através dali, chegaremos até ele. Amar o próximo como a nós mesmos, nos mostra o quanto somos devedores com as pessoas que nos cercam, e como somos cruéis de vez em quando. Não tomar seu santo nome em vão, nos ajuda a não blasfemar contra Deus e saber que a reverência a ele é parte essencial para o sucesso da vida. Guardar domingos e festas de guarda, nos ajuda a separar o dia e dedicar este ao Senhor o buscando, se rendendo, se prostrando, agradecendo a ele por tudo. Honrar pai e mãe, é respeitá-los e não jogá-los no asilo quando idosos. É lembrar que passaram a vida inteira lutando para que vingasse nessa vida, e respeitá-los sempre. Não matará é esperar a justiça de Deus pois, a verdadeira justiça ele fará. Sei que não tem índole de assassino e que não se igualará a eles na mesma condição. Quem fica com a dor depois é aquele que teve suas vidas dilaceradas eu sei. E sei que não pediu por isso...Se tirar a vida de alguém estará cometendo o mesmo erro, tal qual aquele que o fez  e  a condenação é certa e virá sobre você também. Peça a justiça de Deus, pois te garanto que o cerco em volta daquele que fez o mal se fechará e será pego, mais dia, menos dia. Não roubará, nos ajuda a olhar o vizinho e ver que o que ele conquistou é dele e não meu e saber agir quando for roubado por alguém. Quantos tentam revidar para guardar o que é seu e acabam mortos e outros nem revidam e morrem assim mesmo. Quem entende? Acham que a pessoa morreu porque chegou a hora? Não creio nisso. A morte muitas vezes é provocada. Não adulterará, nos ajuda a entender de uma forma séria, o que é beber da própria cisterna e não macular o leito do matrimônio. Uma vez manchado, a dor, a desconfiança, a falta de respeito e a distância se instalam e conquistar a mesma vida depois disso é muito difícil. Realmente nada justifica. Não traia. Separe pois é mais justo com aquele que você vive. Não dirás falso testemunho, nos ajuda a não abrir a boca em prejuízo do próximo e levantar falso contra as pessoas, se sabemos que aquilo não é verdade, sendo fruto somente da nossa inveja. Não cobiçara as coisas alheias, é saber que posso trabalhar e conquistar com dignidade tudo o que eu quiser e não preciso perder meu tempo olhando e desejando o que as pessoas tem. E então você me diz:  Observo tudo isso mas estou doente e então? Nasci marcado para sofrer? Quando alguém morre, muitos olham e dizem, foi melhor assim pois parou de sofrer e descansou... Já ouviu? Eu também até já disse isto... Acreditamos na morte como o alívio da dor, mas não acreditamos na cura como término da dor. É estranho né? Todos buscam o alívio nos remédios, nos médicos, nos tratamentos, mas são poucos os que dizem: Tenho fé para ser curado. Entendeu como é? As pessoas acreditam que alguém pode medicá-las, podem também orar por elas para se livrarem do mal, mas não acreditam que elas também tem essa capacidade, de buscar por uma cura em Deus, de pedir para que seus anjos acampem para lhes dar direção do que fazer, e isso muitas vezes é impedido por não crerem num Deus que não vêem. Precisam  lhe dar uma forma extra, um nome extra, um suplente por assim dizer.   Não sou contra buscar médicos não, a questão é que muitas dores são espirituais e não físicas, razões pela quais muitas pessoas fazem exames vários e nunca dá em nada...                                                                                           A dor não se explica no papel, não está no vento, não é trazida com o mal tempo. A dor está lá no fundo do ser. Às vezes uma corrida mal feita estoura um joelho, uma comida gordurosa ataca o fígado. Ficar se expondo de madrugada nos shows ataca sua sinusite. E muitos gostam mais do shows de madrugada, do futebol, dos bailes, do que de si mesmo. Coisas bobas né?  A dor no espírito não tem nome no tempo, mas tem vários nomes no espaço. Faça isso e terás aquilo é fato!  Você sabe que muitas dores vem de problemas pessoais, de coisas mal resolvidas, de coisas entaladas e mesmo assim não se desfaz delas. Porque? Por medo? Achei no livro de Provérbios uma palavra interessante: 
Afasta pois do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, pois a juventude e a primavera da vida, são vaidade. (Provérbios 11, 10).
Como isso é possível? Entenda que quando resolvemos um problema ruim respiramos aliviados. Na resolução está a cura. Na cura está o alívio, e no alívio a dor simplesmente desaparece.
Muitas vezes nos aborrecemos e nos tornamos um casulo fechado guardando tristeza e mágoa que aos poucos nos consomem por dentro. Nos dias que a lembrança de algo vem, a dor é intensa e insuportável não é? E você faz de tudo para parar de pensar e sair fora daquilo. Sei muito bem como é isso. Mas a solução é tratar a sua dor. Comece a se exercitar para tirar o desgosto da sua alma e vá removendo a dor da sua carne, dos seus pensamentos e de seu espírito. A dor não é a estória, a estória que é a dor. A estória dos fatos começa, quando sentimos que a dor nos constrange, nos contorce, nos definha... Converse com alguém, diga o que está acontecendo com você. Ninguém tem obrigação de entender o que se passa conosco e muito menos aguentar nossos pitis quando não estamos bem. Não desmereço você nem o que sente agora, mas muitas pessoas que tem diabetes, mesmo assim comem doces... Muitas pessoas que sentem dor na garganta e no pulmão quando fumam, mesmo assim não param de fumar. Muitas pessoas que se drogam para aliviar a dor de frustrações sabem que a qualquer momento podem ter uma overdose, mas não tem coragem de enfrentar a realidade e parar de se drogar. Muitas pessoas não dão conta de responder  à violência que receberam e se refugiam  em seus quartos a vida inteira como se as grades imaginárias os protegessem para nunca mais passarem por situações ruins. Muitas pessoas compensam sua insatisfação comendo até quase explodir. Tem pessoas que não suportam terem sido deixados para trás, pela vida, pela profissão, pela mulher, pelo marido...Esta é a estória da dor. Em vez de se aliviar, causam mais dores e maiores ainda. Puxam o tapete de alguém, mentem descaradamente, desmerecem as pessoas para que não tenham chance de reconstruírem suas vidas novamente e dignamente. 
A dor é causada, é provocada a sair de si para a vida de outros e assim ela se perpetua e cresce como um câncer que corrói as células boas da vida, em raízes desgraçadas e cruéis. A dor tem vários atributos e muitos, totalmente insignificantes. Os hospitais, os consultórios dos médicos não dão conta da dor de um filho assassinado, de uma criança desaparecida, da perda da família no acidente de carro, da perna amputada, da coluna quebrada,  do transplante ou de uma quimioterapia, de um filho que nasceu deformado ou doente... Ninguém dá conta. Eu não dou, você não dá. A dor tem filhos mas não tem mãe. Ela se faz sozinha e também a ajudamos a vingar. Contribuímos com ela. Os filhos da dor são cruéis, são a mágoa, a aflição, a condolência, o remorso. Já o arrependimento alivia a dor. Para cada canto que dói, vários outros se levantam para reclamar até que a dor se afaste ou tome de vez as proporções do corpo, da alma, do espírito e de toda uma vida sem solução.
Ninguém dá conta e no fim, todo mundo desaba. Solução?  Retira o desgosto e remove da tua carne a dor quem sabe este não é o segredo?


Então pra vc um grande bju fica com Deus e até a próxima!



segunda-feira, 8 de julho de 2013

A ARTE DE SER INVISÍVEL


Gosto muito de escrever sobre as coisas que aprendi na vida... Alguns vão dizer: Grande coisa né? Mas penso que nem sempre o que aprendemos serve para as outras pessoas, por isso que muitos conselhos que recebemos na verdade são verdadeiras bombas. O que serve lá, nem sempre serve cá e assim por diante. 
A melhor briga é sempre aquela que conseguimos evitar, apesar de que sou bem espevitadinha e não deixo muito as coisas para resolver depois não. Odeio ficar com aquele bolo preso na garganta e levá-lo para casa no dia seguinte. É ali na hora mesmo!  Pá! Pum! Quem me conhece sabe disso, então  penso que na vida, essas vias de trânsito rápido, de questões corriqueiras, são feitas para se andar, se movimentar e não para se estacionar em conversinhas que não levam a nada. 
Aprendi a passar pelas situações e não ficar presa a nenhuma delas.  Sofro ali, sofro aquele momento e dou uma banana depois. Sem essa de ficar deixando para resolver isso e aquilo no dia seguinte.
Sei lá a gente pode morrer engasgada com tudo isso, aí já viu, então  é melhor falar né? Entretanto ainda acho que por enquanto não vou correr esse risco. O problema é que tem hora que me ferro e penso depois comigo mesma, que seria bem melhor se eu tivesse ficado calada. Mas faz parte do conhecimento interior de saber até onde podemos ir, ou o que temos coragem de fazer. Isso é sinistro demais. Muitos se surpreendem consigo mesmos por causa de reações que nunca pensariam ter. 
Todas as minhas cagadinhas pequenas, ficavam visíveis como estrume de boi quando alguém pisava no meu calo e isso tudo devido a uma grande dificuldade, aliás um grande defeito: Tomar partido da conversa ou da discussão para defender alguém. 
Minha conversa é páreo a páreo, sem essa de humilhação pro meu lado. Tenho dificuldade de ficar quieta, de ficar no meio, de ficar em cima do muro quando vejo alguém sendo massacrado ou pisoteado em meio a uma conversa sem fazer nada. Via de regra, isso nem sempre acontece com freqüência, pois vejo muitas pessoas se fazendo de coitadinhas para ter quem as defenda e sair de bons moços, para na hora oportuna, dar o troco depois ou executar a sua vingança. Fora hipocrisia! É fácil conhecer quem veste máscaras em uma discussão... Observe como a pessoa conversa com você sozinho e como ela conversa com você estando no grupo...
Quando pequena muito arteira, vivia tomando uns catiripapo de meu pai. Eu não sabia ficar quieta gente, então umas chulipadas nas pernas, de vez em quando andavam à solta, para me fazer parar. Se calasse minha boca pelo menos... A varinha de marmelim que o diga... Estas sim, comiam à solta... kkkkkkkkkkkkkk
Ainda não descobri porque nós mulheres gostamos tanto de falar assim. Podia ter deixado algumas pessoas se ferrarem, mais... É como se visse todo mundo frágil demais e eu forte pra caramba! De onde tirei isso? Bah! Ninguém me defende! Afffff!!!
Brincadeiras à parte, mas a questão é séria. Quando a gente toma partido de uma questão, a gente involuntariamente querendo, é empurrado a participar da discussão e às vezes sem ter nada a ver com aquilo no momento. Burrice das grandes! E no final das contas a conversa fica direcionada a quem tomou partido, ou seja, você que entrou de gaiato na história e se deu mal. Iremos acabar com isso, se a gente puder manter a objetividade ou a imparcialidade na hora de um assunto de terceiros, então será  melhor para nós. O ruim é quando fica aquele sentimento de: Pôxa, você nem me ajudou... Foi defender fulano?  É duro eu sei, bem cruel mesmo. Então aquele questionamento infantil, como um turbilhão invade sua cabeça, te deixando mal: Você é meu amigo ou não é? Ops! Alerta infantil à parte...
A questão mesmo é ficar em cima do muro, então não fica mal nem com um, nem com o outro. Talvez o mais próximo vá te xingar, reclamar, falar até babar no seu ouvido, mas nada que não seja superável depois quando os ânimos se esfriam. Por outro lado, talvez o outro te pergunte quem te chamou na conversa, então é a hora de sair de fininho com o rabo no meio das pernas... A pessoa vai começar a te deixar mais distante ou até nem querer conversar com você mas não se preocupe, foi melhor assim. Cuide para que não fique rotulado como quem entra em conversa alheia e dá opinião onde não foi chamado.
Na discussão alguém vai te culpar, então prepare-se psicologicamente para aceitar isso, e um conselho ótimo para que isso não aconteça de pronto, é melhor você soltar uma gargalhada bem no meio da discussão. Ah! Sei lá, diga que se lembrou de alguma coisa engraçada. 
Não tome partido, haja com diplomacia, permaneça calmo... Estou falando isso, mas muitas vezes tenho sangue quente, mas o caminho é este mesmo.
Quanto mais demonstrar que está alheio ao assunto, a não ser que se refira a você, menos argumentos terão. Então você permanece imparcial, independente, como se olhasse e tivesse uma visão a longo prazo de algo sensato a responder, em o que falar para acabar com aquele assunto.
Muitas discussões parecem luta de MMA, onde se a gente não colocar as luvas e entrar no ringue, seremos arrastados para lá, e então será lutar ou morrer, ou ser nocauteado a todo momento. Foi o que aconteceu no meu último trabalho, onde precisei responder à altura um chefe que colocaram no meu setor. Dei um corte nele por  ter ficado muito saidinho pro meu lado, e depois ele quis pegar no meu pé. Aí não prestou...
Corremos o risco sim, de fazer muitos inimigos com nossas opiniões ao longo da nossa vida, mas estou acostumada com isso e não esquento a cuca não. Vou ter que arranjar novos inimigos agora pois os velhos começaram a gostar de mim...
Tenho fama de ser cabeça quente. Sou intensa sim, me amo por isso. Menos um pouco aqui, mais um pouco ali e voilá! A bomba explode! Sabe o que é que dá aquele gosto de pressão na cabeça? Quando é um amigo seu que está numa discussão, aí a coisa desanda... E quando é o marido ou mesmo a mulher? E aí? Defende ou não? Complicado né? É fácil, lembre-se do: Não se intrometa onde não é chamado! O problema é encarar no dia seguinte aquele que convive com a gente todos os dias...
Muitos que discutem gostam de arrastar outros para a discussão já observou? Tão lá naquela luta danada e quando pensa que não, vira para você e diz: Aí fulano, vê se tem cabimento isso... Olha o que o sicrano está dizendo, vê se não concorda comigo... Pronto, merda feita! Não caia nessa armadilha, ainda mais se nem está a par da questão e se por ventura já está, dê um de João sem braço. Levante as mãos e responda com elas: Ei , não me meta nisso não. Dê uma gargalhada e saia fora, ou não faça isso se por ventura acharem que está zombando, com certeza vai tomar uns tabefes. Faça quem sabe uma brincadeira leve para acalmar os ânimos se o trem ficar feio...    
Não se envolva em disputa, não tome partido, assim aprenderá  a arte de ser invisível em determinadas situações, assim nem enxergarão quando você passar. E isso é muito bom para a saúde mental, física e espiritual. Pense no estresse que deixará de sofrer, na dor no estômago do nervoso que não vai ter, se sentindo mal depois de ter entrado numa conversa que nem era sua e por fim, poder dormir tranquilamente sem problema algum! Relax meu chapa! Não importa o que aconteça, permaneça fiel a você mesmo. Para que entraria em uma discussão à toa? Isso que é enfado e canseira. Já temos tantos problemas e vamos arranjar mais? Precisamos defender a nós mesmos e então se cada um fizer isso, ninguém mais vai precisar defender ninguém! Será que é assim que funciona? Em alguns casos envolvendo mulher apanhando, crianças sendo maltratadas e outras coisas pesadas é totalmente diferente, mas nas discussões bobas, fique invisível e só apareça mesmo quando quiser! Ok???

Então pra vc um grande bjuu fica com Deus e até a próxima!




quarta-feira, 3 de julho de 2013

PROMESSAS...




Durante 15 longos anos da minha vida, tenho esperado uma promessa que alguém me fez. A cada dia lembro dela e não me esqueço nem um momento sequer. Quando leio aquele bilhete escrito, choro e pergunto a mim mesma, devo parar? Devo desistir? Ou devo continuar? Me agarro com força total naquele papel  escrito e o coloco contra o peito e peço a Deus misericórdia... Confiei cegamente e me agarrei ao que ouvi, como se fosse minha tábua de salvação, o meu ar que respiro. E se fosse mentira? Esperei em vão? Ninguém me fez desistir nem desacreditar do que me prometeu. Particularmente não acredito em promessas de jeito nenhum e sou incrédula com as pessoas que as fazem. Muitas vezes não acredito no que ouço. Já me  decepcionei profundamente com palavras vazias em todos esses anos. Acho que comecei a envelhecer e parar de prestar atenção no que ouvia das pessoas. Comecei a prestar atenção em mim mesma e naquilo que eu fazia... O tempo passou, a promessa  ficou e nada aconteceu. Devo mesmo esperar? E se o que vier não é o que quero para mim hoje? A motivação de querer, a expectativa de que algo ainda vai acontecer, me força a acreditar que tudo vai mudar... Mas é impossível que isso aconteça. Passei todos esses anos esperando uma possibilidade, uma segunda chance, uma faíscazinha que fosse e nada veio, mas que pena então eu digo... 
Fui arrastada por anos, por força de ventos que não apalpei e que não pude conter.  Me devastaram, me levaram, então deixei rolar, deixar passar, segurei e também desacreditei. Será que existe sempre uma razão para tudo? Para todo controle? Para se sentir bem, para estar em paz??? Os pensamentos vão e vem sem parar de pensar.
Minhas memórias me doem e me correm com força tal pelo corpo como rio cheio de pedras, que por onde passa,  arranca do fundo tudo o que nele há... Elas me perturbam como se me mostrassem que o tempo não passou para mim e que ainda estou ali estática naquele lugar, vendo toda aquela cena. Por favor, deixe-me ir... Quero me esvaziar, preciso me despir agora. Estou cheia de lembranças de esperanças e  quero deixar de acreditar, mas não consigo como se tivesse sido separada e marcada para estar assim. Não acredito no acaso, nem no destino, acredito que tudo é fruto das nossas decisões e do nosso querer. Nesse infinito de possibilidades de palavras vazias eu vou sonhando. Pode me esperar e ainda abrir aquela porta para mim? Eu penso, e como se perguntasse, ninguém me responde. Então sou puxada de meus pensamentos constantemente para acordar, como se fosse Pedro afundando ao mar e literalmente pedindo a Deus também para me socorrer, pois não aguento mais pensar. Preciso encontrar o descanso e o alívio nas respostas e ouvir as palavras certas que me fizeram viver todo esse tempo assim, confiante como no mundo vazio da lua. Ladrões e salteadores de esperanças viram as esquinas a todo momento procurando a quem roubar. Olhos furtivos me cercam e alguns me abalam por demais eu confesso, sinto como se fosse vigiada por alguém. Preciso deixar de pensar por um momento  na tempestade e no vento uivante que ouvi ao redor da minha casa... A necessidade de algo que me faça compensar momentos intensos, são procurados e buscados por mim em cada olhar. Não gostaria de estar naquela rua, de ter descido àquele rio sem banhar a alma, sem saber o que realmente fazia. Ninguém conseguiu me explicar.
Mentiras construídas ao longo da vida e verdades erguidas em castelos falsos, de pecados e fraquezas, desabaram rapidamente na areia. Pediram guarida, estadia e não dei. Lembranças infelizes onde a esperança não consegue morrer dentro de mim e eu com um sorriso volto a confiar. Será que isso vai ter fim? É mais fácil acreditar  nos outros do que em mim? E a doce loucura de viajar  em pensamentos que jamais aconteceram, de querer estar em outro lugar, onde a promessa é grande e derradeira... Devo acreditar? Passo por refutada e aflita a todo momento sem nada demonstrar. Penso que gloriosa tristeza que faz meus olhos lacrimejarem quando não há ninguém por perto, por passar todos esses anos confiando e esperando, chorando sem parar. Choro no chuveiro, choro naquele lugar. Que se passem mais 15, mais 20 anos e ainda vou esperar. Nas lembranças tristes, meu conforto é a lembrança de saber que passaram... Na confiança, o arrimo da minha sorte é saber que nada dura para sempre!!!
Me joguei em teus braços naquela noite escura e nunca mais te deixei. Olhou para mim, acariciou meu rosto e me disse para esperar. Sua presença foi doce demais e tatuou uma esperança em meu peito que não consigo me desfazer dela. Na sua distância o acaso e na sua presença, meu limite. Não sei quando o verei, na verdade eu nunca te vi. A sensação gostosa de esperar um dia de descanso de tudo isso, me faz confiar e esperar que com o nascer do sol, eu possa me erguer radiante daquele rio outra vez. Me encharquei demais, molhei meus cabelos. Minha pele ficou gelada ao pisar o fundo e senti a correnteza forte, como sangue em minhas veias... Quando isso acontecer nos tornaremos um só... Loucura são meus pensamentos, por amar a eternidade que ainda não vi nascer. Me leve as lembranças e me deixe então. Não quero me irritar com coisas sem sentido, não quero mais sofrer por sofrer, quero me libertar das lembranças, das sensações de cegamente confiar. Só confio em você.
Nada é por acaso, mas será que a vida é? Qual a resposta científica que explica o arrependimento de não ter tomado outro rumo, da falta de coragem de desaparecer por completo em alguns momentos, ou a tristeza de ter insistido em alguma promessa que nos fizeram e que nunca aconteceu?  Surtar de vez em quando me faz participar intensamente da realidade... Por muitos anos andei sem meus pés no chão, que pena! Perdi o doce pisar da grama e o estatelar das folhas.... Perdi o vento suave e o olhar doce num dia de sol, por esperar com ansiedade o que me disseste... Esperei outras coisas, esperei outras pessoas. Esperei mesmo estar de verdade pelos lugares que passei, mas isso nunca aconteceu. Posso falar que para cada um deles, eu nunca estive ali... Se ao menos pudesse ver cumpridas as coisas que me falou... Até quando esperar por um sonho? Me diga, até quando esperar, pois o preço que tenho pagado é alto demais para suportar!

Vi que o que é covarde nunca tenta nada, que o que é fracassado nunca termina e o que é verdadeiro vencedor, este nunca desiste... Fiquei feliz então por pensar assim.  Mas e as respostas? Acreditar no impossível é normal?  
Nos meus devaneios silenciosos e nos meus choros incontidos, não vejo a esperança se renovando pelas manhãs, mas ela se renova sim. Com uma nova carga de bateria, sinto minhas forças de luz, quando coloco meus pés no chão e desço aquela escadaria novamente para ver onde parei e depois como num ritmo certo, contar os degraus do dia a subir. E então?
Sinto em mim algo que me faz esperar e continuar e lutar e acreditar que coisas diferentes virão. Não posso continuar achando que todo mundo é igual,  então devo pensar que  a virtude deve estar no meio de cada um... Mas digo que quantas vezes a vida tentar me derrubar, direi que escolhi sempre me levantar de novo e então não tem jeito, vou continuar firme esperando e não arredo o pé. Fico quieta e me recolho e tenho a ligeira impressão que é o mesmo que não fazer nada, mas não é. Há sempre um momento para tudo e então escolho ficar assim agora.
É como se fizesse parte de um rito de passagem que não deixei passar e segurei para mim. O tempo se foi, a idade chegou e ainda continuo aqui. Meu corpo já começa a sentir o peso da idade, mas meu espírito tem a vivacidade de um adolescente inconsequente que não liga para nada do que acontece ao redor. Muito estranho isso. Então o que fazer? Buscar você? Te esquecer? Invalidar a sua promessa em meu coração? Digo que não! Os pecados e as fraquezas me distanciaram, mas a chama continuou acesa aqui dentro. Eu vou voltar ali naquele lugar constantemente daqui para frente e sei que obterei a resposta que preciso. Você existe em minha vida e não posso negar!

Querido leitor, cada mensagem que escrevo, remete a situações as quais floreio em palavras. Todas tem sentido exato de uma realidade conflitante. Quem nunca acreditou e esperou em promessas toda uma vida? Veja que o tempo pode ter passado para você também, mas e as suas lembranças? Sei exatamente como é esperar por alguma coisa a vida inteira, sei como dói, sei como as vezes a gente sente vontade de dar um basta, mas se aquele que prometeu é confiável, não desista. Veja sobretudo se é para seu bem, seja crítico consigo mesmo, não tenha pena de si ao se avaliar e resolva sem interferências se vale a pena continuar assim. preste atenção em quem anda confiando. Ok?

"Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido não o fará? Ou tendo ele falado, não cumprirá...?" 
(Números 23,19a)
E... "Maldito o homem que confia no homem, faz da carme mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!" (Jeremias 17, 5)

Então para você um grande bju, fica com Deus e até a próxima!