PODA DAS ÁRVORES...

Por toda a cidade, é possível visualizar o final da poda das árvores. Folhas aos montes caídas pelo chão... Varredores de rua, num limpar constante, fazem seu papel brilhantemente, deixando a cidade limpa!
As folhas e  galhos jogados que vejo, me ensinam que cada época é propícia para uma mudança, uma melhora, um ensino, um corte, uma poda... É preciso por alguns momentos cortar o cordão umbilical e deixar a seiva cair e aceitar se entregar às mudanças. Os galhos secos anteriormente verdes e viçosos, aos poucos vão murchando por si só... A energia que recebiam advinda do tronco, já não terão mais, não serão mais balançados pelo vento, não sentirão os pingos da chuva, nem mais sentirão o calor do sol... 

Muitos ensinamentos retirei daqui, pensamentos sobre saúde mental, sobre dependência, sobre solidão, sobre amor, arrogância, estupidez, separação...  As folhas pisoteadas pelos carros e pelas pessoas, se tornam com rapidez, como um lixo insignificante... 

A nossa vida é assim: Nascemos dependentes, somos alimentados, ensinados e como galhos começamos a crescer em direções opostas àquelas em que brotam nossas raízes... Como as folhas caem com as rajadas de ventos mais fortes, assim caímos e nossas "folhas" despetaladas ao vento, são nossas más atitudes e nossas péssimas decisões... Caímos quando menos nos importamos com as pessoas, quando abandonamos nossa família, quando pisoteamos quem nos ama, assim como lixos mesmo, ainda que estejam perto de nós...

As folhas levadas ao vento me fazem pensar  o quanto importa nos soltar e desprender, sem sentir falta de situações que nos degradam, que nos entristecem... Quantas vezes insistimos em situações que acabam com nosso ser, com o nosso pensamento, com a nossa vida, com o nosso amor próprio... Folha sozinha morre, fica sem vida, se amarela e seca... Qual a cor da vida? Qual a cor da sua vida? Verde amarela ou marrom? 
Em cada lugar que piso, reflito o porque de estar ali e muitas vezes me vejo estar ao lado de pessoas que não estão comigo,  talvez fiquei presa à minha essência para não desvirtuar... Não esquento lugar... Os olhos ao redor que prestam atenção em mim, talvez queiram que eu seja mais maleável, mais compreensiva, mas não dá... Não quero amarelar, não quero mudar de cor, me sinto verde ainda... Quero colocar em palavras o que sinto agora... Não me sinto folha levada ao vento, mas um golpe fatal me separou do membro rei e exigiu que andasse em conjunto com outros galhos, mas eu escolhi andar sozinha, como folha levada ao vento... Os galhos ao redor cheios de ervas daninhas tentam me alcançar mas sempre me desvio na direção de um vento diferente...

Com certeza eu vejo que o silêncio que eu ouço, que os gestos com os quais me mostro e com os olhos que me justificam, estes me entendem. Sem paciência  estou... Um grande amigo me disse num momento de aflição: O MAL NÃO SE COMENTA MERIE! Então entendi o porque de tantas folhas jogadas ao chão e essas folhas-vidas, muitas vezes são as vidas dos outros, que alguém insiste em pisotear, sem depois limpar a sujeira que deixou, precisando de garis experientes para fazê-lo. 
Sabe querido leitor, o amor é um sentimento que encobre os erros e quem traz fofoca a grupos, separa maiores amigos, diz um provérbio sábio... A calúnia e a difamação da vida alheia correm rápido igual folhas ao vento, que se dispersam e nunca voltam ao mesmo lugar de onde saíram da mesma forma.... Se levantam e são levadas ao longe disseminando pó contagioso. Quem gosta de fofoca, se associa a pessoas que gostam também. Classifico estes como folhas marrons que param propositalmente sempre na porta de alguém com alguma desculpa, tipo: Você sabia?... Pessoas infelizes e medíocres acabam sugando num redemoinho, até aqueles que não lhes dão atenção, fazendo estes pagarem um preço alto por serem diferentes e incomodarem com a quietude e falta de curiosidade com a vida alheia.
Não gosto e não faço parte de quebra-cabeça de ninguém que me induza a jogar contra outra pessoa, ou que a isole em algum canto, por um erro cometido. Sou peça faltante em muitas prateleiras que sejam de famílias, de amigos, de trabalho... O ranso não me pega, não esquento cadeira, nem marco passos dados numa única direção. Vejo possibilidade de melhora em tudo, com isso vou sempre esverdeando pelo caminho e não permito sol algum amarelo, queimar a minha cor! Sou a peça do lego que falta, meu formato não existe. Sem raízes prefiro muitas vezes ir do que vir, levantar do que assentar, mas não quero de ninguém nada tirar. Prefiro me retirar como folha que plaina a se aventurar em perceber que como sangue-suga na vida de alguém fiquei. Não me permito ser comprada por idéias, por presentes, por presenças. 

Se preciso for eu vou quebrar alguém sim! Mas numa quebrada de intelecto, de espírito, para saber que a vida continua fora do mundinho que a gente diz que conhece do outro, julgando as pessoas por um crivo individual, na certeza de respostas, de religiosidade barata, sendo moralista ao ponto de dizer: Não ando com você... Folhas amarelas que caminham para o envelhecimento e por si só, se isolarão...

É impossível administrar nossas misérias internas sozinhos,  nossos medos, nossos anseios e sonhos e assim nos conhecer, sabemos que temos lixos que residem em nós, imagina então conhecer os outros assim? Imagina quem a si mesmo se desvaloriza.... Vai perdendo a cor, os sonhos, a seiva, a vida... E no seu lugar, vai assentando o cheiro de morte, de poeira, de barro que tampa a vista para não enxergar o que é óbvio.  O que é bom se fala pouco, porque bondade não dá ibope, mas a raiz do mal, possui ficha extensa de assuntos de casca grossa, que alguns preferem para nos ferir. Algumas situações diárias, inconcebidamente são impraticáveis... Quando  o ego ouve que alguém popular é menos que a gente, as verdades são tomadas para si, e as conversas são manipuladas... A intolerância é disseminada, encontrando pessoas com o mesmo espírito, peritas em desprezar, em maldizer, em humilhar os outros... Já chorei demais por isso, quando não tinha o conhecimento que algumas pessoas, não deveria ter na verdade saído do pó. Nasceram, cresceram e optaram por serem intolerantes como ervas daninhas, como ninhos de passarinhos nas calhas...

A antipatia geralmente sorri com dentes podres na frente da gente e diz espumar pela boca constantemente, com aquela vontade avermelhada de explodir na nossa cara, por defender causas perdidas e tomar as dores de alguém... Muitos se aproximam do seu fim e não sabem, porque se fiam em seu ego e acham que vão sobreviver ao segundo round! 
Tenho pena de pessoas que usam do suposto poder que tem, para se posicionar contra alguém por conta de posições filosóficas intelectuais ou até medíocres, com olhos que brilham na maldade do escuro,  por conta se fulano tem dinheiro ou não... E você, convive com muitas folhas secas? Já vi pessoas assim, cairem por muito menos.... Querendo puxar o tapete dos outros e dizerem que no seu íntimo reverenciam a Deus e dizem pedir por misericórdia em suas vidas, penso que deveriam pedir é justiça, a começar por suas próprias casas... Tentar puxar o tapete de quem você vê constantemente em pé, é grande furada e perda de tempo, aliás é inveja por não ter uma cor verde e tenra de bons pensamentos, de um caule ereto de boas atitudes e de um grande sentimento de amor pelos outros... 

Assistir e ouvir elogios rasgados em voga e a estupidez dos relacionamentos avacalhados que rebaixam as pessoas, muitas vezes melhoram a minha vida, por me ensinar a não ser assim ou não fazer daquele jeito, ou não tratar as pessoas daquela maneira...

Quem dá o molde ao outros tem o poder para fazer deles seus discípulos? O pior é que tem gente que aceita... São maus pagadores que querem ter vida boa e luxo sem pagar a ninguém... Na verdade, poderiam pagar a língua por conta de sua arrogância e prepotência. Pessoas se tornam poeira e sujeira, quando pensam e dizem: Você sabe com quem está falando? Na maioria das vezes, para quem fala isso, precisa ser lembrado que a arrogância é que precede o gosto de uma boa queda... Muitas vezes a cara no pó, traz esperança de um dia melhor...  O sopro da divulgação de mentiras nos fazem sentir indignos, sem solução, sem esperança. O que fazem contra mim, ou contra você, os absurdos do inferno que dizem, não chegam nem perto de quem somos, não fazem nem cócegas...
Assim as amizades vão e vêm, algumas sendo por mim eliminadas... Não podemos nos assemelhar e aceitar conceitos nojentos de filósofos medievais, aproveitando realmente idéias que se dizem ótimas, em visões empobrecidas porque preciso ter um know how... Bah!! Fazer somente peças de exaltação com características de desrespeito, de desmerecimento para concordar ou discordar de pessoas que nem conheço, nos fazem parecer iguais aos demais... Quantas vezes vejo um grupo grande de pessoas, pensando igual... Será que ninguém raciocina? Ninguém tem opinião própria? Não consigo me integrar em grupos por muito tempo, principalmente quando vejo o que os motiva: A sede de saber algo da vida de alguém, as conversas de canto que me enoja, o sentar afastado, como se a gente fosse doente... 
Quantas pessoas se afastam de nós, por conta de comentários que julgaram como verdades? Talvez eu também estenda um tapete vermelho para alguém um dia. Talvez eu lhes dê honra por conhecimentos merecidos e seguidamente, dê um tchau, para nunca mais ver na  minha frente. Constante faço isso, ao perceber que convivo com pessoas iguais, com pensamentos do senso comum. Sou a cor laranja berrante, no meio das cores iguais pastéis!

Péssima ideia se associar com aqueles, que não vi num primeiro momento maldizentes, pois acaba que estando juntos, querendo ou não, a gente maldiz também isso é sério e respinga em qualquer um, manchando nossas folhas mais belas... Exteriorizar o nosso pior a nós mesmos antes dos outros, nos ajuda a descer aos lugares mais baixos, onde muitos já têm cadeira cativa, para tentar conseguir nos reduzir ao nível deles e assim sobre nós prevalecer. Alguns tentam nos reduzir a nada, à sua ignorância e lá tentam nos abafar e ganhar de nós por experiencia. Só que não conseguem, pois nós temos conteúdo e não somos feitos de abstrações!!!

A pobreza mental é a pior das anti-salas da estupidez. Nem sempre o ignorante quer o nosso mal, só externa a realidade que há dentro de si, por falta de conhecimento do que verdadeiramente importa, enquanto muitos outros que se passam por pessoas sem expressão, só externam a realidade de uma vida com espadas e com escudos invisíveis, por conta de guerras constantes, só quando alguém se interessa pela sua dor...

Muitos gostam da risada do outro contra alguém, quando estão no meio da platéia e adoram a risada escandalosa do palhaço sem graça e sem perceberem, cada dia pintam também a própria cara de uma cor diferente para o mal feito e se perdem na própria essência... São folhas sem conteúdo e sem clorofila... São de um jeito no trabalho, outro jeito em casa, diferente num grupo, irreconhecíveis sozinhos... 

Somo sempre, somos orientados a eliminar e arrancar os galhos secos, nos desfazer dos galhos feios em nosso ser, ou ao nosso redor, orientados a zombar dos desnutridos e doentes, desmerecer quem quer ser de uma cor diferente e ainda por cima, gostar de chutar as folhas ao chão para fazer poeira porque alguém precisa trabalhar... As manifestações mal explicitadas de quem se acha o centro, acaba dividindo as opiniões dos núcleos e reparte  assim, a sua maldade pelas beiradas, igual praga no pé das árvores onde a gente joga óleo queimado para matar de vez. 
Talvez eu devesse jogar óleo queimado de respostas mais agressivas em algumas árvores velhas, que não encontram mais garis para limparem a sujeira que deixam quando balançadas pelo vento, ou quem sabe, para serem podadas para um broto novo e diferente nascer ou até mesmo, terem seus topos de desgraçadores da vida alheia cortados de vez!

Muitos dos que gostam de humilhar o adversário, precisam tomar muito cuidado com o retorno dele... Os adeptos de Sócrates e Platão, que não concebem opiniões diferentes, sabem que uma coisa é certa: Ninguém chuta cachorro morto!!! Então se você gosta de fazer isso, olhe bem nos olhos de qualquer um a seu redor e pense bem o que vai dizer ou o que vai fazer, pois numa só mordida de cão, poderá ser calado ou quem sabe, morrer de raiva e logo, voltará ao pó e será totalmente insignificante como a poeira das árvores que todos os anos são cortadas, com seus galhos arrancados e sem dó, jogados ao chão!!! Conselho?? Por favor, não destrua a cor verdejante das pessoas!!!

Pra vc um grande bju, fica com Deus e até a próxima!!!

AONDE ELA ESTÁ???

Tenho certezas, das quais duvido e convicções das quais desconfio... Aquilo que eu acho não impressiona a ninguém e o que eu penso muito menos... Prefiro pensar assim... Não jogo com indiretas e não sei administrar as que recebo... O que minhas ideias fazem comigo??? Até onde as ideias alheias me atingem? Não sei...
Os lapsos de memória e os pensamentos que tenho, me levam em lugares os quais me encontro sozinha, sem companhia. Será que o que penso, ajuda alguém??? Ou será que ao escrever, confundo e atrapalho mais a vida das pessoas???

Olho ao redor e absorvo pensamentos inovadores, idéias querendo se expandir, propagandas pessoais encaixadas em perfis de status e poder, que não me colocam no topo de nenhum sucesso imaginário... Mas basta apenas um lugar certo, com a pessoa certa, num momento certo e booommm!!!  Não posso esquecer de citar que pra isso muitas pessoas se vendem...
Hoje só quero voltar ao início, lá onde tudo começou... Lá onde realmente passei a existir e me externar neste mundo daqui...

Tenho dúvidas e pensamentos isolados do meu contexto de vida dos quais também discordo... Eu mudo de ideia e minhas ideias me mudam...Vejo meus pensamentos de longe e aqueles que se isolam dentro de mim sem compreensão, são como folhas secas que se desfazem com o tempo... Quero perfeição mas ela não se achega a mim...  

Muitos pensamentos se enraizaram e tenho dificuldades de arrancá-los. Se corto o topo deles, quando menos espero, voltam a crescer...  Os mais sérios não conto para você e ainda digo que não existe nessa terra quem verdadeiramente me conheça. Sou um enigma até para mim... Um cristal que não será lapidado por mãos humanas...
Ouço passos na calçada a tirar minha atenção ao escrever.... Palavras! Posso brincar com elas da mesma forma que ando em alguma direção e dizer tudo aqui, daquilo que se passa comigo e ninguém entenderá nada!
Talvez não seja nem necessário falar, mas quem escuta e dá importância a um grito, ao som estranho e engasgado da vida de alguém? Quem escuta a voz do aflito? Você conhece um som que retira a dor da alma? Uma música que sara feridas? Talvez o som barulhento do outro, venha refletir em mim o efeito de um eco circular, quando bate e volta sem eu poder ajudar... E então me afasto cada dia mais...

Os dias seguem, a vida prossegue e então o que falar? Se tenho válvulas de escape igual a todo mundo? Não! Não tenho!
Continuarei a escutar amigos e não darei confiança ao meu próprio irmão??? Colocarei comida na casa de um estranho e não perguntarei se o meu sangue precisa de alguma coisa?? Beberei, me drogarei para esquecer as mágoas? Começarei a carregar vícios??? Nãooo!!! Só seguirei... Grito por mim mesma, já querendo me debandar para outro lugar... Assim, quieta nas boas atitudes, simples no meu caminhar e deixando aos estranhos a função do falar, blá, blá, blá, pensar e refletir o que quiser sobre mim... Aonde ela está? O que tem feito? O que aconteceu??? Que fim levou??? Merie... Cadê você??? Um amigo me interrompe e olho ao redor e me vejo só...
Me afastei para ver algumas pessoas de longe e minha saúde melhorou e ainda assim, consigo lhes sorrir... Se recebo a recíproca verdadeira??? Acho que sim... Para que perder tempo em pensar ao contrário, em pensar que alguém fica do lado dos outros por querer? Que as pessoas não falam mal de nós pelas costas e o pior; essas pessoas não são inimigas, são falsos amigos que gostam da platéia, para ver o que os outros sabem a nosso respeito para falarem também.... Hoje queria outro tema para escrever... Então me questionei, onde eu estou... E gostei da resposta...

Meus pensamentos já me enganaram algumas vezes... Intuitiva demais, sensitiva ao extremo, me mantive firme sem exitar, sem olhar, sem dar uma palavra sequer.... Deus foi e é o especialista das minhas reviravoltas...
Não desejo o mal, nem perco tempo para manchar meu coração muitas vezes confuso e embaraçado pelas pancadas deixadas por alguém.  Me sinto cansada de refletir e tentar explicar o que sinto mas isso só para mim mesma... Me enfado rápido, sou ansiosa....

Nos meus relacionamentos, sou igual onça pintada feroz que avança e ataca a presa se precisar, fico ao longe por entre o mato observando... Não recuo, só permaneço móvel em pé, em meu lugar... As pálpebras dos meus olhos se abrem de repente e paro diante do opressor: Não espere de mim que te darei a oportunidade ou segunda chance para um ferimento fatal! No medo avanço, na estupidez me lanço e já era! Chamo a morte e ela vem! Mas a morte que chamo, é da luta dos pensamentos ruins dos meus amigos, é a morte da opressão, morte da angústia e da dor em suas vidas, para que tenham um mínimo de sossego ainda que seja... Desejo a morte das minhas feridas também, de pensamentos que não façam de nós um corpo doente...
Sou como um guerreiro,  ferido na batalha que não desiste! Um guerreiro que lhe tiram tudo... Se me arrancam a espada, me defendo com o escudo, se me  tiram o escudo,  me lanço com meu arco, mas nunca me tiraram a honra...   

Minha alma tem a coroa de flores de uma guerreira forte e não me aceitaria habitar num corpo vencido por cansaço, ou depressão. Não conheço meios termos, nem impedimentos e avanço sempre, não importa a resposta do outro lado ou aquilo que apareça sem eu chamar... Até então estava tudo bem, mas não gostaram do meu sossego e se puseram a atrapalhar... Quem me olha hoje, talvez diga: Porque ela continua parada e não faz nada...??? Mas não subestime o meu levantar, pois minha vida e história é para liderar, mas as cadeias que me permiti  acorrentar, é para não ter oportunidade de aceitar viver uma vida igual a muitos: "Representando em frente ao respeitável público!!!!
Sou obstinada e impetuosa e sei que essa obstinação nasceu comigo, que minha cerviz é um tendão de ferro e que minha testa é de bronze, assim me classifico, mas sei que desde o início, Ele sabia e estava lá... Então pergunto: Porque permitiu?? Se já sabia que assim seria, porque não me corrigiu???  Então só me resta dizer: Sou inútil em meu ser...  Eis a questão: Me soltar ou desaparecer??? Como correr da minha alma??? Como me soltar do corpo que recebi, tem como me desprender ou separar de mim?... 

De que servirei se não sei  a resposta do sofrimento, se não amparo quem precisa, se não dispenso as ignorâncias... Se não sei curar... Preciso de uma religião para me ensinar que devo ao próximo amar? Preciso de ongs ou de um ensinamento extra para despertarem o lado humano da minha alma para o bem fazer? Ou de programas de tv sensacionalistas, para supostamente ajudar alguém carente que nem conheço??? Hipocrisia...
Preciso de clínicas que me ensinem a reflexologia para saber em qual momento, os pontos do meu corpo apertar, para ter paz ou amenizar minha dor? Ou para tirar a sujeira da minha língua, porque falo demais??? E em toda essa parafernália de reflexão Ele também estava lá...

Quantas vezes farei limpeza de pele, tomarei banho de lua, que não me servem ao menos para limpar minha alma???

Quantas massagens ainda precisarei para relaxar os músculos que se contraem toda vez que não consigo perdoar, nem esquecer essa situação? O céu se enegrece e tudo para! A falta de ver o outro com humanidade nos iguala a ele no menor grau... Não faça seu coração sofrer com a falta de perdão... Se alguma vez, perdoado já foi, exerça seu papel no ciclo da vida e perdoe também para destravar o céu sobre você... 

Palavras! Com entonação, com sentimentos de paixão e revolução, intrepidez... A quem influenciar? No fundo, no fundo só alguns vão entender que com as palavras eu continuo a brincar...

Geralmente fico em silêncio perto de pessoas que só de olhar sinto a alma gritar. E eu olho você, você que é meu amigo, conhecido, você que é meu professor, aluno como eu, você que é meu irmão... Não me preocupo se alguém me classifica, porque num determinado momento a resposta boa vem para calar as palavras jogadas pelo ar... 

Ouvi alguém dizer dos meus tempos de noitada antes do convento... Ãnh??? Como assim, nunca fiquei depois de meia noite na rua... Palavras para quem quiser acreditar, desconfiar, conferir, indagar e inventar, fofocar... Mas Ele estava lá e de longe me olhava... Sabia que a minha verdade relatada para alguém, soava como mentira improvisada para ninguém saber o que comigo se passava...

Estou escrevendo e ouvindo um cão latindo insistentemente ao longe, os carros que passam estremecem a janela. As luzes da rua estão apagadas. Vejo a escuridão da noite e ouço meus pensamentos fazendo um barulho maior como jangadas em alto mar... 
Fecho a porta e sinto vontade de gritar, de me esvaziar de mim. Minha respiração ofegante me mostra o quanto quero deixar isso para lá... Não quero deixar o sol se pôr e ver a noite chegar assim... Não hoje por favor...  Quero parar de pensar!

Sou atraída incessantemente para percorrer aquele caminho como de pinturas à óleo, de casas no topo das montanhas e bosques com flores vermelhas próximas ao lago...  E por outro lado, o que se me apresentam, diariamente em meu contexto, são como pensamentos de casas velhas, de paredes mal pintadas, sem beleza, sem aquarela, de lugar inóspito, com cheiro de afugentar a qualquer ser que se preze e se ame... Isso querido leitor, é o retrato da alma de muitas pessoas que conheço que não perdoam... Mas Ele também está lá... Onde estou indo???

Sentimentos de ruína, dão forma a lugares reais, com prisões num passado que a todo momento se fazem recentes... Entro em transe e vejo uma escada e em seu final um porta... Pessoas aparentemente sem alma estão à sua entrada. O lugar é escuro. Formou-se um cordão de entrada, onde estavam esperando alguém e assustadoramente esse alguém seria eu!  Me estarreci quando me disseram: O lugar é de abrigo de desalmados e a fila que se forma está  à tua espera para te recepcionar... Fiquei indignada comigo por estar ali viajando e aceitando aquele pensamento e ainda me vendo insistindo em querer entrar... Nãooo!!! Pára tudo!!! Não sou desalmada!!! O barulho da impressora neste instante, me pareceu aos ouvidos, como um som de filme de terror e ainda continuo diante daquela porta e parada em frente a ela, tenho dúvidas... Mas porque??? Se Você também estava lá??? Onde estou agora ?

Tento voltar para meu quarto onde na verdade estou e não consigo, estou presa naquele lugar e me obrigo naquela terceira dimensão decidir se quero voltar... Minha alma se confunde e grita: Ei, onde quer ficar? Então olho para minha cadeira onde sentada estou e consigo me incorporar de novo e assim volto a digitar... Que alívio! Pensei que ficaria presa no pensamento que me impus por não perdoar. Estou com dificuldades hoje...
Queridos leitores, não sei que concepção você tem de como é sua alma e de como os seus pensamentos a influenciam na vida diária, ou vice-versa. Muitas vezes somos o que pensamos e o fato de pensarmos que somos alguma coisa, acabam por nos colocar em pedestais que estão somente em nossa cabeça, mas muitos "rebaixados" insistem do lugar que estão, em nos olhar e nos ver no chão... Para esses eu digo: Respeitável público continuem prestando atenção!!!  Por isso gosto das palavras...

Pra vc um grande bju, fica com Deus e até a próxima!!!!