Queridos leitores, como sabem gosto muito de escrever, sei que falo às vezes bobagens, mas esta postagem aqui é bem mais séria que as outras, pois se trata de uma resenha que fiz no meu curso de Direito, da Dissertação de Guilherme Augusto Portugal Braga, sobre o texto: " Imaginário social e Criminologia, o purgantes amargo da diferença". Espero que gostem!!!
Um novo mecanismo de controle social das massas, surgiu,
conduzindo os pensamentos da vida em sociedade, se sobrepondo ao domínio do
antigo gigante: A religião que controlava a vida do povo. A pressa diária em obter informações, fez com
que a modernidade avançasse os degraus necessários na área tecnológica com
intuito de fomentar informações e compreensão de domínios diversos com maior
rapidez..
A ascensão da transmissão da palavra
escrita, em artigos e jornais, permitiu maior propagação inteira e real dos
fatos, sendo instrumento de dominação de bons conteúdos por excelência, mas muitas
vezes alcançando áreas, onde a transmissão televisiva para as classes
dominantes tentava ocultar a luta dos que estão por trás dos signos para torná-los
excepcionais..
No século XX com a chegada da TV,
foi estrondoso, como este veículo de comunicação conseguiu ir limitando as
pessoas, levando o mundo a acreditar que realidade mesma, era a imagem por ela
transmitida. Vista como remédio hipnótico, extasiando os expectadores,
controlando o que e quando assistir, o que comer o que querer adquirir, manipulando
a informação com um poder virtual incomparável aos nossos olhos e manipulando
pessoas com suas tendências.
Produções literárias e publicações
em jornais e revistas, informações televisivas, tiveram um acréscimo importantíssimo
de velocidade, através do advento da internet, fechando assim aos passos para a
evolução de notícias instantâneas em tempo real. Interessante é o fato de que
ao se esperar da sociedade a indignação pelo controle social adquirido com essa
globalização, estarrecemos ao vê-la prostrada, estática, parada frente ao
monstro e se resignando às imposições induzidas que lhes são oferecidas,
diferentemente do domínio antigo da religião que fez com que as pessoas se revoltassem
contra a opressão das idéias estabelecidas e protestassem, dizendo um não ao domínio.
A realidade dos fatos é que através
da informação e do controle, a mídia furta do ser humano a realidade dos fatos,
segregando as massas e aparentemente não atrapalhando a hegemonia, mas
displicentemente, direcionando informações para grupos de alvo específicos, com
intenções simbólicas de segregá-los igualmente a uma só realidade. O controle vem através das informações com
muito conteúdo e assustadoramente pouco custo, onde se reproduz, transmite
dados necessários, desnecessários, relevantes e até irrelevantes. Exemplo se dá
da empresa Facebook que controla toda a nossa vida e ainda fechamos nossos
olhos para esta informação, ficando ainda felizes em participar dessa rede
social sem reclamar mentindo a nós mesmos sobre a manipulação de nossos dados
individuais.
Na forma de pensar de Pierre
Bourdieu sociólogo francês e filósofo de formação, que abordou vários trabalhos
de manipulação, para ele, a televisão, é um “formidável instrumento de
manutenção da ordem simbólica”, chegando a esta conclusão depois de ministrar
aulas pela TV, revelar nos bastidores a intenção e visão narcísica do veículo
de comunicação, que involuntariamente se tornava cúmplice do sofrimento alheio,
pela sua divulgação transmitida muitas vezes sem nenhuma exatidão, tornando
conteúdos descartáveis e pessoas que na verdade não existem no mundo de suas
preocupações reais.
Quando
não se tem conteúdos importantes, aparentemente relevantes, ocupa-se o espaço
com do tempo com futilidades, chamadas de notícias neutras, mas que no fundo,
percebidas com o olhar de Bourdieu, como estratégias para ocultar “coisas
preciosas”.
A informação muitas vezes é produto
dos meios de comunicação, que a mascara, lhe atribuindo manipulações e também
alterações desprezíveis em nome da “mentalidade do índice de audiência”,
fazendo das informações transmitidas diariamente, um telefone sem fio,
transmitido de agência em agência, não se importando com a veracidade dos
fatos, mas no resultado final da pontuação da emissora. Razão disso, antigamente,
ao despontar o sucesso através do status televisivo, a informação da ascensão
pessoal, entrava nas residências pejorativamente, como quem se devotava ao deus
dinheiro, como algo legítimo e aceitável.
As influências da TV, através de seu imaginário
social, vêm trazer grandes contradições e um distanciamento global, ao procurar
alvos distintos à vista do autor, atingindo determinados públicos, favorecendo
assim, uma pressão social virtual, da aceitação da informação por ela imposta.
A área jornalística, responsável pelos
fatos verídicos, vem sofrendo e se corrompendo ao longo dos anos, subordinados às
mudanças de última hora, devido aos picos de audiência, limitando a informação
à comoção social e concessões estabelecidas por preferências a assuntos
relevantes, para o momento sentimental da sociedade, olhando assim a própria
evolução midiática, como quem transmite informações numa visão privilegiada de
estar no topo.
Os veículos de informação existentes
são vistos como que intencionados a homogeneizar a existência humana,
pensamentos e ações da sociedade, forçando as pessoas a viver um só padrão de
vida. A transmissão de informações numa
velocidade absurda, num sistema totalmente temporal organizado, por si só se
basta, não dependendo do senso comum, mas demonstrando os defeitos de
identidade com pretensões bem narcisistas.
Muitas vezes a intenção da
comunicação, é de visão separatista, sendo cada um suficientes a si mesmos, fazendo
o indivíduo pensar que tem um poder individual, mas que não os favorece em
nada, por causa do controle que lhes é imposto de fascínio, convencimento e
grande persuasão, gerando um consumismo louco e exacerbado, ao conseguir identificar
suas carências preferenciais de consumo, através de um desejo gerado pela
informação, de consumir mais e isto nunca chega ao fim, condicionando assim o
público a viver para o que dita o mercado da propaganda.
A orientação desse percurso nas
informações que chegam até nós contém condicionamentos e induções, gostos
sórdidos por sofrimentos alheios, que nos torna além de sermos expectadores do
terror, das guerras, da maldade, do sonho de consumo, do privilégio e riquezas,
que se inserem em nós com notícias que se resumem a subir e não deixar cair o
ibope, ainda nos levam a reagir conforme o conteúdo, com a paixão, com compaixão,
indignação, excitação, aprovação e muitas vezes, nem sempre o essencial: A revolta.
A mídia televisiva, homogeiniza as pessoas e estabelece alguns públicos alvos
para sua audiência com intuito de maior rentabilidade, não se preocupando em
como se perfaz a vinculação dos canais informativos. A velocidade com que nós é repassado os
conteúdos e dados, nos mostram a mentira escancarada ao dizer que somos iguais,
buscando centralizar as pessoas em uma só idéia específica lançada por ela,
esquecendo que a diversidade é um assunto interessante a ser discutido.
A urgência virtual de informação
para a sociedade aumenta nos termos das notícias, a urgência pessoal em se
informar individualmente sem precipitação, pois esta traz as conseqüências, de
que quando não anula a possibilidade de refletir a notícia, limita talvez a
possibilidade de analisar ângulos diferentes questionados ao leitor, obrigando assim
o repórter através da subordinação, a divulgar e mascarar matérias de cunho
duvidoso, obedecendo à precisão do tempo e produção de ideias sensacionalistas,
descartáveis sem veracidade alguma, para jogá-las na casa do indivíduo, que
muitas vezes não se preocupa com exatidões. Instituindo assim padrões de
comportamento, com criações simbólicas, insere sucintamente na sociedade,
padrões aceitáveis por ela estabelecidos instigando reações punitivas da
sociedade, por conta da chamada audiência. Seu poder de criação é gigantesco,
enquanto busca ser através do cidadão e seu senso comum, um poder individual
punitivo, buscando justiça a qualquer custo, mostrando à população, que o
sistema utilizado pelo poder público é moroso e limitado e assim conclama a população a ajudar no
auxilio da produção da justiça, fomentando o prazer do sofrimento vingativo,
com sensação de dever cumprido, de vingança pessoal feita, ficando com os canais de comunicação, a
vitória sobre o opressor e tirando então o mérito do estado.
Informações corroboradas de
sensacionalismo e desumanização, são usadas como ferramentas de aceleração de
identificação para que a mídia seja classificada como uma sistema
executador do sistema penal, com pretensões
reais de fazer prevalecer a lei e ordem, trazendo em seu sensacionalismo,
objetivos escusos, intencionalmente a diminuir a dor de quem sofre e tornando a
vida do causar do sofrimento mais difícil e penosa, através de uma influência à
população de que deva pensar que o melhor policial é o repórter que vai atrás
da notícia e mostra onde está o opressor, subjugando todo um sistema às suas
mãos.
Toda essa informação engessada
invade residências pelo país, violando a individualidade e suprimindo os
diferentes que não se adéquam aos seus padrões, aqueles que fatiam a sociedade,
que não tem o senso comum, que faz aceitar toda e qualquer opinião. A
manipulação trazida muitas vezes escondida atrás dos entretenimentos, não encontra
espaço ao desenvolvimento e conhecimento daqueles que não se rendem. Para os estranhos ao ninho, o estado moderno
através da mídia, busca sua aniquilação em detrimento de um só padrão homogêneo
de ser, estar, pensar, agir. Pessoas estranhas que não se encaixam no meio, são
jogadas à tempo, às margens da sociedade que os quer assim.
A mídia, no processo de aceleração
das mudanças, cria atmosferas de insatisfação, inconformidade aparente, no
quesito que, diferenças não existem, para manter subordinariamente a ordem nos
padrões segundo o que ela define
e
esconde, sendo na verdade sua tentativa de ignorar e aniquilar e suprimir toda e qualquer diferença. Pra quem não se enquadra no perfil pérfido da
sociedade midiática, nega-se o direito de ser e estar, o reduzindo ao
anonimato, exemplificando a condição de ex-escravo, antes trabalhador e depois,
jogado ao crime por estar à toa, não podendo mais ter o direito de viver em
paz. Não somente cor, mas condição social
define como se neutraliza a igualdade individual e social das diferenças. A informação como veículo formador de
opinião, afasta ou aproxima as pessoas, cria a violência em seus canais e se
justifica que combatendo esta, teremos paz, criando confusões de pensamentos de
onde ir, de onde se afastar, o que aceitar, de como viver.
Na contramão do sensacionalismo a
literatura se posiciona ereta, trazendo os pés do leitor ao chão, para a
verdade real dos fatos, abrindo os olhos à verdades mundiais atuais e a essa mentira
de guerra constante mal explicada e mal compreendida que ela divulga, obscura,
sem clareza numa visão mais profunda e sem compreensão sociológica em contramão de assuntos repetidamente
sangrentos presentes em páginas policiais ou em programas sensacionalistas sem
preocupação com a integridade das pessoas, sem se importar com a visão de
alteridade. Se a mídia se define com
próprios meios em formadora de opinião, cabe à literatura ficar com o
imaginário social, expondo os deslizes e como a sociedade lida com essas
invenções espalhafatosas e pitorescas através dos veículos de comunicação. Na
literatura riqueza de conteúdos, qualidade de autores, estampando em suas
capas, que não sofre influências televisivas e anormais, mas mostrando que o
que permeia seus artigos, crônicas, livros em si, é bem além do sensacionalismo
barato e sim o conhecimento da história e a realidade dos fatos, não se
vendendo manipulação de tempos, picos de audiências e ibopes.
Então pra você um grande bju, fica com Deus e até a próxima!!!
Então pra você um grande bju, fica com Deus e até a próxima!!!
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